Cidadeverde.com

DNA aponta que Tim Maia não é pai de jovem

Imprimir
Ano passado, uma mulher veio a público dizer que era filha de Tim Maia. Quatorze anos depois da morte do cantor, ela conseguiu na Justiça o direito a um teste de paternidade. Esta semana, o suspense chegou ao fim. 

“Meu advogado me ligou e falou assim: 'Carmelo, gostaria que você sentasse. Está sentado?”, conta Carmelo, filho biológico de Tim Maia. Assim, ele se preparou para mais um susto. Será que o pai, morto em 1998, tinha mesmo conseguido esconder de todos um segredo como aquele? “Você, de repente, é pego de surpresa com um oficial de Justiça às 6h30 na sua casa dizendo que tem mais um para dividir a herança”, declara. 


Em março do ano passado, Rafaela Soares Campos, de 31 anos, contou ao Brasil a história que ouviu a vida inteira: seu nascimento foi fruto de um romance de sete anos que a mãe teria tido com Tim Maia, quando ela trabalhava na equipe de produção dos shows do cantor. “Minha mãe contou realmente que trabalhou com ele, o que aconteceu, e eu estou aqui”, disse na época. 

“Percorri todos os amigos do meu pai da década de 70, 80, 90. Para minha maior surpresa, ninguém conhecia a suposta herdeira, muito menos a mãe dela”, conta Carmelo. 

Em 2011, a Justiça determinou que o corpo de Tim Maia, enterrado no Cemitério do Caju, no Rio de Janeiro, fosse exumado para um teste de DNA. 


Carmelo conta que dois meses atrás levou outro susto. Ficou sabendo por jornalistas que a exumação tinha acontecido, sem a presença dele. “A Constituição Federal deixa bem claro que ambas as partes precisam estar. Primeiro, porque eu sou o dono do caixão, do corpo. E a outra é a interessada”, conta.

O suspense só chegou ao fim esta semana, quando o advogado de Carmelo deu a noticia: “Saiu o laudo lá da UERJ. Ela não é sua irmã”. 

“Foi decisivo o exame. A conclusão é de exclusão absoluta no sentido de que a Rafaela não é filha do Tim Maia”, afirma o advogado Gustavo Horta. 

De acordo com as análises feitas pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro, não há nenhuma possibilidade de parentesco entre eles. “O resultado do laudo deixa bem claro que bastariam três alelos para 100% exclusão da paternidade. No exame dela, deixa bem claro que foram dez excludentes”, comenta Carmelo. 

Alelos são formas alternativas que um mesmo gene pode apresentar ao longo das gerações. É a partir do estudo deles que se prova, ou se exclui, um parentesco. 

“Na verdade, o exame são várias análises simultâneas. Você obrigatoriamente tem que encontrar uma contribuição na filha, que veio da mãe e uma contribuição que veio do pai. Então, no caso, no exame em dela, foram feitas 20 investigações simultâneas. Dessas, dez não coincidiram. Então, a conclusão disso é que o laudo é de exclusão”, aponta o geneticista da UFRJ Rodrigo Moura Neto. 

Carmelo revela que sentiu alívio quando soube da notícia: “Sem nenhum sentido de comemoração. Para mim, foi tirar um peso das minhas costas. E logo em seguida eu fiquei assim... Eu sempre me coloco no lugar do próximo, esse é meu jeito, até porque essa busca incessante por um pai é uma angústia”. 

Na tarde deste sábado (2), procuramos Rafaela para falar do resultado. “Eu acho que na lei dos homens existem erros. A todo o momento, em todos os noticiários, a gente vê falhas. Então, baseado nisso, pode ter sido uma falha comigo também. Não posso levantar suspeita, mas pode ter havido uma falha”, comenta a jovem. 

Rafaela tem dúvidas da perícia e até mesmo da análise, mas não da história de sua mãe, que até agora não quis falar sobre o caso. “Eu acredito que mãe nenhuma faria isso. E ela poderia até falar assim: ‘Minha filha, eu tenho dúvida’. Mas mãe não erra. Então, por esse motivo, eu acredito muito nela”. 

Rafaela diz que seu advogado agora vai estudar o laudo para decidir qual será o próximo passo e afirma que, mesmo com o resultado negativo, não vai desistir: “A não ser que tenha uma lei que fale: 'Rafaela, com esse resultado, você a partir de hoje não pode ingressar mais no processo'. Aí, eu vou ter que respeitar”. 

“Eu saio em paz comigo mesmo, porque fiz o meu dever de casa de maneira consciente, deixando ela ter a certeza dos fatos”, comenta Carmelo. 

“Só criei mais força, porque, primeiro, eu acredito em Deus. E segundo, na minha mãe”, declara Rafaela.


Fonte: G1
Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais