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Internet 4G está prevista para a Copa

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O Brasil começa a se preparar para a chegada da quarta geração de serviços de telefonia celular. Nesta terça-feira (12), acontece em Brasília o leilão das faixas de frequência que permitem a oferta nos próximos anos de internet móvel ultrarrápida 4G, com velocidades que podem facilmente ultrapassar dezenas de megabits por segundo. Com o 4G, um filme em alta definição poderá ser baixado em menos de um minuto e as transmissões em tempo real de vídeo não serão mais um tormento como acontece hoje.


Atualmente, a maioria das ofertas de banda larga móvel no país se baseia no 3G, que na prática atinge uma velocidade de até 2 megabits por segundo, mas as operadoras Claro e Vivo começaram recentemente a vender pacotes baseados na tecnologia HSPA+, com picos de 7 megabits por segundo. Chamada de 3G Plus, ou 3GMax, esta internet obviamente é mais cara, funciona em quantidade restrita de smartphones e está disponível em poucas regiões.

A quarta geração que deve chegar nos próximos anos ao Brasil deve funcionar por meio da tecnologia LTE (Long Term Evolution), que é recente no mundo todo e já está disponível nos Estados Unidos e na Coreia do Sul.


De acordo com especialistas, o 4G estará em estágio inicial de implantação no Brasil pelo menos até a Copa de 2014. O cronograma estabelecido pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) prioriza a chegada do 4G nas cidades-sede de partidas da Copa das Confederações no ano que vem. Depois o foco passa a ser as sedes e subsedes da Copa de 2014 e a expansão acontece até 2019.

O governo admite que a nova tecnologia inicialmente será cara e diz que o lançamento do 4G deve baratear o 3G, incluindo o HSPA+.

Erasmo Rojas, presidente da organização 4G Americas para América Latina e Caribe, estima que a quarta geração chegue ao Brasil como um complemento do que já existe e tenha uso restrito.

— A transmissão de dados deve crescer ainda mais no Brasil, principalmente pela transmissão de vídeos, então o 4G é bem-vindo. Enquanto o LTE se desenvolve, é preciso continuar investindo no crescimento do 3G, mas em poucos anos o 3G será insuficiente para atender à demanda. Especialmente até a Copa, o 4G deve ser uma tecnologia de nicho, para quem usa muito a internet móvel e está disposto a pagar caro por uma tecnologia recém-chegada.

Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco, destaca a necessidade de investimentos em mais de uma tecnologia ao mesmo tempo.

— Na Copa das Confederações e até mesmo na Copa do Mundo, o 4G vai ter um impacto muito baixo de abrangência. O 4G é uma tecnologia que exige tempo e necessita investimentos bilionários.

Expandir a internet móvel no Brasil não se trata de um desafio pequeno. Até abril deste ano eram 253 milhões de celulares em funcionamento no País e pouco mais de 54 milhões de acessos por meio de equipamentos com 3G (21% do total de linhas), incluindo smartphones, notebooks e tablets, segundo a Anatel. Mesmo com uma penetração que tem muito a crescer, a qualidade do serviço 3G ainda é bastante criticada pelos usuários.

Em áreas de grande concentração de aparelhos a velocidade de conexão cai consideravelmente, deixando a navegação com um gostinho amargo de internet discada. Já em cidades de pequeno porte, o sinal às vezes nem existe porque não há investimento em infraestrutura por parte das operadoras em regiões com poucos clientes em potencial.

Smartphone 4G só depois do modem

O consenso entre especialistas é que o 4G deve chegar por aqui primeiro por meio de modems que podem ser conectados aos laptops. Smartphones 4G entram em campo mais tarde.

Rodrigo Ayres, gerente geral de estratégias e negócios da LG diz que esse é um movimento natural, como ocorreu com o 3G, já que modems são equipamentos mais baratos que celulares de última geração. Ao mesmo tempo em que o 4G chega pelos modems, as empresas analisam a demanda pelo serviço e depois passam a ofertar os smartphones específicos para navegar em LTE.

— Uma vantagem da oferta inicial por meio de modems é que as operadoras podem aumentar a base de potenciais clientes oferecendo um serviço de banda larga móvel mais barato, já que o modem é mais barato que um smartphone e com qualidade superior ao que existe hoje. Depois, entram no mercado os smartphones 4G, como fizemos no exterior, onde já existe o 4G.

A Samsung também já tem aparelhos deste tipo lançados em outros países. Roberto Soboll, diretor de produtos de telecom da empresa, diz que a companhia aguarda os resultados do leilão.

— Ainda é muito cedo para falar em produção de smartphones 4G no Brasil. Agora, o nosso papel é o de aguardar, investir na oferta de produtos que aproveitem o máximo do 3G e depois pensar no 4G. Ambas empresas já acompanham testes do LTE no Brasil.

Fonte: R7
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