Reunidos diante do Congresso do Paraguai, centenas de manifestantes prometem resistir nesta sexta-feira (22) a um possível impeachment do presidente Fernando Lugo, que será votado pelos senadores, após ter sido aprovado na quinta pelas duas casas, ambos de maioria oposicionista.
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Manifestante pintado com as cores da bandeira paraguaia protesta em favor de Lugo
(Foto: Norberto Duarte/AFP)
Desde as primeiras horas do dia, integrantes de movimentos sociais e sem-terra, parte da base política que levou Lugo ao poder em 2008, se concentram na Praça da Independência protestando pelo que consideram um "golpe de Estado" contra o presidente.
“Não vamos reconhecer [o julgamento do Congresso] e vamos chamar manifestações em todo o país.Vai ser um tempo de grande confrontação no Paraguai”, afirma Marcos Ibañez, vice-coordenador de uma das frentes de campesinos, que discursava para um plateia que gritava “dipuchorros” e “senaratas”, entre outras ofensas aos parlamentares paraguaios.
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Manifestantes protestam em apoio ao presidente Fernando Lugo nesta sexta-feira (22) em frente ao Congresso em Assunção, capital do Paraguai (Foto: AFP)
“Querem repetir aqui o que houve em Honduras”, diz o líder campesino, se referindo ao golpe que destituiu o presidente Manuel Zelaya em 2010.
“Só viemos nos manifestar contra essa injustiça”, diz o agricultor Patricio Gonzalez entre xingamentos aos parlamentares em guarani, a língua indígena local.
Junto com um grupo vindo de Alto Paraná, a cerca de 450 km da capital Assunção, e que armou barracas na praça, ele disse estar preparado para ficar “até que tudo se resolva”.
"Estão violando o direito do povo. Estamos dentro da lei. Como 70 pessoas podem tirar um presidente? O povo é quem manda”, afirma sobre a votação na Câmara que decidiu pela destituição do presidente por 73 votos a 1, na quinta.
“Viemos lutar pela nossa soberania”, acrescenta a sem-terra Naiana Cardoso. Ela afirma ter madrugado na praça após o grupo, também de Alto Paraná, ter caminhado 5 km até o local por não ter mais dinheiro para o trajeto completo.
A sessão que deve decidir o futuro do presidente paraguaio começa ao meio-dia (13h de Brasília).
Fonte: G1