A Câmara Municipal de Teresina, realizou nesta terça, 26, uma sessão solene para o alerta do uso excessivo do álcool, promovida pela Fundação Viva Bem.

O encontro foi marcado pelo debate sobre os índices agravantes de problemas de saúde ligados ao álcool, um número expressivo que coloca Teresina em evidência no ranking nacional das cidades brasileiras, com maior abuso por ingestão de bebidas, principalmente por jovens entre 18 e 25 anos.

Segundo o hematologista, Antônio Barros Filho, a maior causa de mortes no país está ligada ao álcool sendo a terceira maior no mundo. Para o médico, que desenvolve uma pesquisa para detecção do nível de álcool no sangue de vítimas de mortes violentas em Teresina, o resultado se mostrou alarmante. “Mais da metade das pessoas que chegam ao IML de nossa capital, vítimas de alguma forma, apontaram traços de álcool no sangue, por isso hoje, o alerta do uso abusivo dessa droga tornou-se o maior calo das instituições de saúde no mundo”, afirmou o médico que também é professor universitário.

Para a vereadora Teresa Britto (PV), proponente da sessão, o consumo de bebidas alcoólicas é ainda mais preocupante entre as mulheres. “O combate às drogas, o álcool em específico, é de responsabilidade de todas as esferas de discussão da sociedade, devemos fortalecer as campanhas de conscientização e nos engajarmos com mais preparo nas políticas públicas, são os jovens que formam o futuro”, destacou a parlamentar.

O diretor-geral da Fazenda da Paz, Célio Luis Barbosa, completou as falas, destacando o trabalho da instituição na luta para inserir jovens de volta no meio social. “É incrível como o álcool está em todos os lugares, começa por nossas casas, de amigos, e o mais triste, no entorno de escolas e universidades, está lá, porque há consumidor”, disse Célio.

Aproximadamente cerca de R$ 3 milhões são gastos em Teresina no tratamento de pessoas alcoolizadas vítimas de acidentes no trânsito, é o que estima um levantamento feito pela Faculdade Novafapi. Mais de 45 mil, já foram salvos pela aplicação da Lei Seca, que reduziu em 30% os índices de acidentes no trânsito após a ingestão de bebidas alcoólicas. O Brasil é carente de estudos específicos sobre os efeitos da droga no corpo humano, o alerta é do médico Antônio Filho. “Não temos nenhum estudo no Brasil sobre a Síndrome Alcoólica Fetal, um mal que atinge inúmeras mães sem prévia instrução, provocando anomalias drásticas no desenvolvimento do bebê durante a gestação”.

O presidente da Câmara, o vereador Edvaldo Marques (PSB), chamou a atenção para o problema e afirmou que a educação de combate ao álcool deve partir de casa. “Devemos nos policiar cada vez mais para evitar a participação de crianças nas rodas adultas, durante as reuniões familiares onde há geralmente a presença de bebidas e chamar a responsabilidade não apenas para os jovens, como também aos mais velhos que induzem ao consumo dos menores desde cedo”, completou o vereador.

Ao final do encontro foram entregues certificados de utilidade pública às instituições Fazenda da Paz e Fundação Viver Vem, além de mérito ao hematologista, Dr. Antônio Barros Filho.