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"Vou sair da seleção para ficar com meus filhos", diz Giba

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Ele é capitão da seleção brasileira masculina de vôlei, campeão olímpico e um dos melhores jogadores do mundo. Mas é em casa que Gilberto Amauri de Godoy Filho, o Giba, como é conhecido no meio do esporte, exerce o papel que considera o mais importante de sua vida: o de pai. 

Aos 35 anos de idade, o experiente atleta que busca nos Jogos Olímpicos de Londres sua terceira medalha (o currículo do craque conta com uma de ouro, em Atenas, e uma de prata, em Pequim), revela que pretende se despedir do time de Bernardinho logo após a competição olímpica para se dedicar com exclusividade aos pequenos Nicoll, de sete anos, e Patrick, de três. "Quero estar mais junto deles depois que vi, no rostinho de cada um, a necessidade de ter o pai mais próximo no dia a dia", conta. 

Foto: Arquivo pessoal
Aos 35 anos de idade, o jogador de vôlei Giba irá se despedir da seleção brasileira logo depois das Olimpíadas de Londres para se dedicar com exclusividade à família e aos pequenos Nicoll e Patrick 

Por causa da função desempenhada dentro das quadras, o marido da ex-jogadora de vôlei Cristina Pirv perdeu o parto da filha mais velha. Nicoll nasceu enquanto ele disputava sua primeira Olimpíada, em Atenas. Por pouco, Giba também não vê o nascimento do caçula, em 2008, ano das Olimpíadas de Pequim. 

Recentemente, você chegou a ter sua participação nos Jogos Olímpicos comprometida, devido a uma lesão na tíbia esquerda, mas contou com a ajuda de seu filho Patrick durante a recuperação. Como foi esse momento? 
Giba - Na verdade, contei com o apoio dos dois, que sempre me deram muita força. Os filhos são estímulo para tudo, então usei bastante dos dois nesse período mais complicado. 

O Patrick já demonstra uma pré-disposição para o esporte? Ele gosta de vôlei?
Giba - Os dois gostam bastante de esporte e praticam natação. O Patrick também faz futebol de salão. A Nicoll fazia equitação, mas agora está mudando um pouco de foco e fazendo curso de modelo. 

Você tem o desejo de que eles se tornem atletas? Por quê? 
Giba - Não sei se eu gostaria, principalmente pelo peso de ter um pai e uma mãe que foram campeões. Sabemos que existirá uma cobrança em qualquer coisa que eles façam e que as pessoas não vão aceitar que eles sejam menos do que eu fui ou do que a Cristina foi. Então não sei até que ponto isso seria bom para a vida deles. 

Como é a relação com a sua filha mais velha, a Nicoll? 
Giba - Éspecial. Cada um dos dois tem a sua particularidade. A Nicoll é aquela coisa de queridinha do papai porque foi a primeira filha. A gente passou muito tempo junto na Rússia (em 2007, Giba mudou-se para a Rússia com a família para jogar no time Iskra Odintsovo), então ela aproveitou muito mais o pai em casa do que o Patrick. Ele vai começar a aproveitar agora. Mas a minha relação com ela é realmente especial. 

Quais são as maiores dificuldades de ser pai de uma menina? 
Giba - No mundo de hoje, todas. Não só de menina, mas de menino também. Tudo está mudado. A gente até brinca que infância como tivemos, de brincar na rua, é muito difícil hoje em dia. Sabemos que, pela questão de segurança, não existe mais isso. Enfim, temos que ter muitos cuidados sempre em torno da criação dos filhos. 

Com dois filhos pequenos, você se considera um pai controlador ou mais amigão? 
Giba - Tem que ser um pouco de tudo. O ideal é procurar equilíbrio, sem ser muito controlador, nem muito amigão. Até porque boa parte daquilo que eles vão levar pela vida são exemplos que aprendem com o pai e a mãe. Então tem que saber dar carinho, bronca, colocar de castigo e depois no colo. Procuro fazer um pouco de tudo. 

Com mais uma olimpíada para disputar, como está sua rotina com as crianças? 
Giba - Difícil. É uma choradeira cada vez que estou indo embora de casa de novo e isso é uma coisa complicada. Esse foi realmente um dos motivos que me fez decidir sair da seleção depois dos Jogos Olímpicos de Londres. Quero estar mais junto deles depois que vi, no rostinho de cada um, a necessidade de ter o pai mais próximo no dia a dia. 

O que há de melhor em ser pai?
Giba - Tudo. É tudo de bom. Não tem um ponto específico. Chegar em casa depois de um dia de treino ou de uma viagem cansativa e receber um abraço do seu filho é algo que palavras não são suficientes para descrever.

Qual dos seus filhos é mais parecido com você? 
Giba - Os dois têm um pouquinho de mim. A gente brinca lá em casa que eles nasceram meio "gringuinhos" por causa da Cristina que é romena, mas, com certeza, eles pegaram o que tem de melhor em nós dois. A Nicoll tem um pouco mais meu gênio e o Patrick, o meu jeito tranquilo e sossegado. 


Fonte: Terra
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