Os fãs da Gina Indelicada podem ficar tranquilos. A fan page do Facebook, que em uma semana foi curtida por mais de um milhão de pessoas, vai continuar no ar. A criação é do estudante de publicidade Ricck Lopes, de 19 anos, e se tornou um “case” de sucesso, como se diz no jargão do meio. A adesão surpreendente de usuários, que chegam a mandar cerca de 10 mensagens por segundo, o assustou, assim como os diretores da marca Gina, cujas caixinhas de palitos de dentes serviram de inspiração para o estudante. No início da tarde desta sexta-feira, Ricck recebeu uma ligação do diretor-presidente da marca, Luiz Carlos Rela, que inicialmente chegou a anunciar que iria processar o estudante, mas agora não tocou no assunto.

- A conversa foi muito boa e proveitosa. Em nenhum momento ele cogitou me acionar judicialmente. O que está acontecendo é que muitas pessoas estão querendo tirar proveito do sucesso para lucrar. Estão lançando camisetas da Gina, por exemplo. Eu não tiro um centavo com a página. Marcamos uma reunião na semana que vem - diz Ricck.

A ideia da página é bem simples. A partir da imagem da caixinha, ilustrada pela modelo Zofia Burk, Ricck criou a personagem fictícia Gina Indelicada. Na descrição da página, aparece a seguinte frase: “Pergunte o que quiser que eu responderei como EU quiser”. E assim, ela se posiciona diante das mais variadas perguntas, sempre com sarcasmo, humor, e uma pitada de ignorância.

- Acho que o sucesso é justamente este. Quando respondo com sutileza, as pessoas reclamam. Além do fato de o conteúdo ser gerado pelos próprios usuários antes de ser publicado. A Gina caiu no gosto popular - opina Ricck, que já recebeu convites de cerca de 30 boates do todas as regiões do país para se apresentar como a DJ Gina.

- Nunca iria aceitar uma proposta dessa. Acho que seria ridículo. Sou publicitário e só queria criar um projeto forte no Facebook.

Porém, o estudante não descarta a possibilidade de utilizar a Gina Indelicada comercialmente. Criada em 14 de agosto, a página registra 55 mil mensagens.

- Só tomaria uma atitude comercial com a autorização da marca Gina. Acredito que a página não atenta contra os valores da marca. Pelo contrário, acho que a humaniza e atrai um público novo, jovem. Acho, inclusive, que poderíamos fazer uma parceria. Mas quero ouvi-los primeiro - diz Ricck, contratado recentemente por uma empresa cujo nome prefere não divulgar.

- É uma proposta que não poderia esperar neste momento da minha carreira.