O Índice Global dos Preços dos Alimentos da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) se manteve estável em agosto, com 213 pontos, mesmo nível do mês anterior.

Os dados mostram que os preços dos cereais, óleos e gorduras pouco mudaram, mas os preços do açúcar caíram acentuadamente, compensando a alta das carnes e dos produtos lácteos. A média dos preços dos cereais se manteve estável, com 260 pontos, porém apresentando aumentos no arroz e no trigo e enfraquecimento milho.

Apesar de ainda ser alto, o índice está 25 pontos abaixo do pico em fevereiro de 2011 (238 pontos) e 18 pontos abaixo do nível de agosto do ano anterior. Em julho de 2012 houve alta de 6% após três meses de declínio. Para o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, este nível é reconfortante, porém é preciso continuar vigilante. “Os preços atuais não justificam falar de uma crise mundial de alimentos, mas a comunidade internacional pode, e deve, se mover para acalmar ainda mais os mercados”, concluiu.

Segundo previsões da FAO, o equilíbrio da oferta e demanda dos cereais deverá ser abalado, pois a produção mundial não será suficiente para cobrir totalmente a utilização prevista em 2012/13. As expectativas para a produção deste ano são de 2.295 milhões de toneladas, uma queda de 2,2%, em comparação com 2011.

As estimativas para o consumo de cereais em 2012/13 são de 2.317 milhões de toneladas. Os preços elevados são a solução para reduzir a procura destes produtos, principalmente para a produção de etanol.

A produção mundial de cereais secundários (milho, cevada, sorgo, centeio e aveia) é projetada em 1.148 milhões de toneladas, uma queda de 1,5 %, em relação a 2011. A queda reflete principalmente uma colheita menor de milho, que deverá cair para 864 milhões de toneladas em 2012, 20 milhões de toneladas a menos que no ano passado.

A produção de trigo mundial está prevista para atingir 663 milhões de toneladas, queda de 2 %. Já a produção de trigo da Rússia prevê um declínio de 29%, em comparação a 2011, assim como o Cazaquistão e a Ucrânia, em 47% e 37%, respectivamente. Por outro lado, nos Estados Unidos a produção de trigo é vista como um aumento de 13,5%.

Em relação aos preços de outros alimentos, a média dos óleos se manteve inalterada, apesar dos ganhos nos preços do óleo de soja, girassol e canola. Enquanto os das carnes subiram 2,2%, com maior impulso dos setores de suínos e aves.

Quantos aos laticínios, o acréscimo foi de 1,6%, sustentado por aumentos nos preços de leite em pó desnatado, caseína, manteiga e leite em pó, queijo, enquanto os preços permaneceram estáveis.

O açúcar apresentou queda de 8,5%, em relação a julho, e 25%, em comparação com agosto do ano passado. A queda acentuada nos preços do açúcar reflete uma melhora na produção brasileira, por conta das condições meteorológicas e das chuvas de monções em recuperação na Índia.