Firmino Filho (PSDB) e Elmano Férrer (PTB), líder e vice-líder nas pesquisas de opinião pública, trocaram farpas durante mais um debate da TV Cidade Verde com os candidatos a prefeito de Teresina. Wellington Dias (PT) e Daniel Solon (PSTU) também participaram do encontro desta terça-feira (18), reforçando os ataques a atual gestão petebista no município. 

Desde o dia 13 de setembro, a TV Cidade Verde promove uma série de sete debates com os candidatos a prefeito de Teresina. Todo dia, dentro do Jornal do Piauí, quatro postulantes ao cargo maior do Palácio da Cidade discutem propostas durante meia hora, em rodízio definido por sorteio. O confronto de ideias segue até o dia 21 de setembro. 

Na terceira pergunta do dia, Daniel Solon questionou Wellington Dias sobre como resolver os problemas no abastecimento de água na capital. O petista atribuiu a situação a falta de planejamento de Teresina nas duas últimas décadas, sendo novas vilas criadas aleatoriamente por assossiações de sem-teto. "Hoje são 297 áreas irregulares, favelas, lugares onde muitas vezes pessoas vivem de forma subumana". O petista quer cuidar do sistema de água em parceria com os governos federal e estadual, especialmente na zona rural. "Quero cuidar especialmente dos que mais precisam", arrematou. 

Elmano Férrer usou o comentário para responder críticas feitas em respostas anteriores. "É cuidar das pessoas que tem sido a nossa grande preocupação", disse o petebista, garantindo que obras em andamento foram planejadas desde 2010 e possuem recursos assegurados. "A determinação nossa é de continuar trabalhando, inclusive fazendo obras que já deveriam ter sido feitas. Obras que estão incomodando muita gente. Teresina não pode ficar nas mesmas mãos de quem passou 20 anos e deixou de fazer muita coisa", declarou o candidato. "Não tenho projeto pessoal e nem projeto de poder. Eu tenho sim é um projeto de cidade".

Solon voltou ao assunto falta de água e lembrou que Elmano Férrer foi vice de Sílvio Mendes nos seis anos anteriores a assumir a prefeitura, assim como Wellington Dias foi governador por oito anos. "Infelizmente, não trabalharam de forma planejada. Não resolveram os problemas da cidade", declarou. Para o candidato do PSTU, Teresina tem sido feita para os mais poderosos. Um exemplo foi a prioridade de obras de saneamento em áras mais ricas. "Defendemos de fato um conjunto de obras públicas", acrescentou, sugerindo ações para que o rio Poti deixe de ser "um verdadeiro esgoto a céu aberto".

Wellington Dias iniciou a reta final do debate questionando Elmano Férrer sobre boatos de que a a Prefeitura estaria sem dinheiro para pagar desde contratos. O prefeito respondeu que tem feito uma administração popular, transformadora e inovadora, na qual trabalha como "escravo", até cerca de 16 horas por dia. Ele citou o Orçamento Popular, com R$ 40 milhões aplicados em vilas e bairros "onde todos os candidatos passaram pelas ruas que nós calçamos, que nós asfaltamos, iluminamos". "Vou ser um bedel da educação da cidade de Teresina como fui um mestre de obras dessa cidade durante esses dois anos. A nossa administração está incomodando a gregos e a troianos". 

No comentário, Firmino Filho foi incisivo nas críticas a Elmano Férrer. "O prefeito não sabe o que se passa na Prefeitura e na cidade. Até parece que ele não manda", alfinetou, citando que em debate anterior o petebista não teria respondido sobre a situação de gastos com terceirizações, creches e obras. "É importante dizer que Teresina não tem dono, mas para administrar tem que ter comando. O prefeito também não pode ter dono. Existe um prefeito que está a serviço não do interesse dos mais pobres, mas dos mais ricos", acrescentou o tucano, citando o ex-prefeito Wall Ferraz: "Teresina é  uma cidade redenta, que não se dobra, que não se curva, que não se rende".

Wellington Dias encerrou lembrando que PTB e PSDB estiveram juntos nos dois últimos mandatos na capital. "Eu quero tratar dessa diferença. É a primeira vez que, se Deus quiser, serei o primeiro prefeito do Partido dos Trabalhadores nessa cidade", disse o petista. Segundo ele, Lula assumiu a presidência com o país quebrado, Wellington recebeu o Piauí sem ter como pagar folha de pagamento, e o PT poderá mostrar em Teresina o que fez nas outras gestões. "A política de habitação não pode ser feita de forma tímida", acrescentou, prometendo 40 mil habitações, 200 unidades básicas de saúde, 92 creches e escolas infantis, reformar os mercados, entre outras obras.