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Efeitos da seca podem chegar ao bolso do consumidor, diz Abrace

Os efeitos da seca prolongada que castiga várias regiões do país, principalmente nos extremos do Brasil, como o Semiárido nordestino e a Região Sul, ainda pode chegar ao bolso do consumidor. O alerta não recai apenas sobre os preços de produtos afetados pela perda de culturas, como a de grãos, ou os impactos na produção animal. Especialistas temem agora os efeitos desse cenário no preço da energia consumida pelas indústrias e residências. A estiagem deste ano levou autoridades a decretar situação de emergência em mais de mil cidades brasileiras.

A explicação está nos atuais níveis dos reservatórios em todo o país, que alimentam as usinas hidrelétricas, geradoras das energias mais baratas. De acordo com dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os reservatórios no Sudeste estão com apenas 37% da capacidade, enquanto no Nordeste, essa porcentagem chega a 34% e no Norte e Sul, 41%.

“Está chovendo pouco, as hidrelétricas estão com os reservatórios baixos e estamos sendo obrigados a gerar energia com térmicas caras”, explicou Paulo Pedrosa, presidente executivo da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace).

Como o volume não é suficiente para atender a demanda do mercado, o sistema busca energia oferecida por outras usinas, como as térmicas a gás, óleo e diesel, que podem custar mais de dez vezes o valor da energia gerada a partir dos reservatórios. O resultado, segundo Pedrosa, já é sentido pelas indústrias que compram direto do mercado livre de energia, como as de aço, alumínio, cimento e produtos químicos. Pelas contas da Abrace, a fatura de novembro para o setor pode chegar a R$ 500 milhões.

“O último leilão de hidrelétrica, o de Teles-Pires, ofertou energia de R$ 58 o megawatt/hora. Hoje estamos gerando até com térmicas que custam R$ 1.060”, exemplificou. Segundo ele, quando o reajuste chegar nas distribuidoras de energia, como a Light e a Eletropaulo, o preço será cobrado dos consumidores.

Agência Brasil
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