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Família de Kaisa chora e desabafa ao ouvir sentença no Tribunal

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A família da estudante Kaisa Helane Lima de Sousa entrou em desespero após a proferição da sentença do julgamento do palhaço Washington Barros Silva, que sairá da prisão e cumprirá 2 anos e 4 meses de serviço comunitário. Decepcionados, os parentes não seguraram as lágrimas.


O julgamento no Tribunal do Juri durou aproximadamente 10 horas e terminou por volta das 19h de quarta-feira (7). Os jurados entenderam que o tiro que matou a estudante foi acidental e por isso a tese de crime doloso, defendida pelo Ministério Público, foi desqualificada. A pena para o crime, que seria de detenção de 1 ano e 3 meses, foi convertida em pena alternativa.


"Não sei o que dizer. Eu estava esperando uma coisa e saiu outra. Ele não matou um animal, ele matou gente, ele matou minha filha", disse o pai, Walter Leite, em meio a lágrimas e demonstrando estar bastante frustrado.

Ao lado de Walter estava a irmã da vítima, Keyla Lima, que também chorou ao ouvir a sentença. "Assim como a minha irmã, outras mulheres são vítimas e ninguém faz nada", desabafou.

Leilane Nunes/Cidadeverde.com

O acusado comemorou o resultado e disse que desconfiava da traição da esposa, mas não tinha a intenção de matar. "Foi um acidente. Espero que ela esteja em um bom lugar. Ela apareceu em sonho para a minha tia e disse que eu procurasse a família dela e explicasse que eu não tive culpa. Eu só me assustei com o grito dela, não sei manusear uma arma", sustentou Washington.

MP pede anulação do julgamento

O promotor de justiça Eliardo Cabral ressaltou que o julgamento ocorreu de acordo com a lei e que ele não pode afirmar se houve equívoco ou má fé por parte dos jurados. Entretanto, garantiu que já entrou com pedido de anulação do julgamento.

"A decisão não condiz com as provas, que apontam para homicídio doloso. Queremos que o Tribunal do Juri anule o julgamento de ontem e marque outro. O exame cadavérico mostrou que a arma estava encostada nela e há testemunhas que o viram fugindo após o crime", justificou o promotor.

Eliardo acredita que os jurados podem ter se confundido com o significado dos termos "doloso" e "culposo". "O juri é composto por pessoas do povo, estas não necessariamente entendem de lei e podem ter se confundido, pois é comum os termos gerarem dúvidas", disse.

O acusado já está em liberdade.




Jordana Cury

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