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Debate: Eliardo defende mudanças no júri popular dos tribunais

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Após dois casos recentes de julgamento no Júri Popular em que os acusados foram absolvidos do crime, o Jornal do Piauí realizou nesta segunda-feira (12) um debate com especialistas da área, para discutir a importância da instituição na sociedade.

Evelin Santos/Cidadeverde.com
 
Participaram da discussão o promotor de justiça Eliardo Cabral, o defensor público Juliano Leonel e o apresentador Galego, que apresentaram suas opiniões em relação a atuação do Tribunal do Júri em dois casos ocorridos no Estado de São Paulo e Piauí.
 
No último dia 07 de novembro, o Tribunal Popular do Júri absolveu Washington Barros Silva, acusado de matar em novembro de 2010, em Teresina, sua esposa Kaisa Helane Lima de Sousa. No mesmo dia, a advogada paulista Carla Cepollina foi absolvida do assassinato do ex-namorado, o coronel Ubiratan Guimarães, ocorrido em setembro de 2006.

 
O primeiro a comentar sobre o assunto, foi o promotor Eliardo Cabral, que declarou não haver necessidade de acabar com o Tribunal Popular do júri, mas que é necessária a realização de uma reforma em suas atividades.
 
“O Tribunal do Júri é formado por pessoas, e por isso está sujeito a erros, pois o ser humano é falho. Onde tem gente, tem erros (...). Uma das reformas que eu defendo é que os jurados escolhidos deveriam ter um conhecimento antecipado do caso a ser julgado. As autoridades jurídicas que participam da audiência também deveriam conhecer o perfil dos jurados”, ressaltou Eliardo Cabral.

 
O apresentador Galego defende que os jurados escolhidos devam ter responsabilidade na hora de julgar. “Não posso aceitar um criminoso ser absolvido. Acredito que pessoas mais conceituadas é que deveriam julgar. Falta mais responsabilidade”, disse.
 
O defensor público Juliano Leonel acredita ser fundamental a atuação do Tribunal do Júri, pois considera um ato democrático. “Acho que deve se ampliar, aperfeiçoar e aumentar a competência do Júri, pois o povo não tem a técnica de alguém que estudou para julgar. O povo não é frio. Se eu cometesse um crime e não tivesse antecedentes criminais, gostaria de ser julgado por pessoas comuns, que poderiam se colocar no meu lugar e entender por que fiz isso”, relatou.
 

Eliardo Cabral aproveitou para fazer a seguinte observação. “O Tribunal do Júri não julga necessariamente bandidos, mas o cidadão que por alguma eventualidade pode estar sentado naquele banco. O Tribunal não tem poder de interferir no resultado, mas pode pedir a anulação e assim constituir um novo júri para uma nova audiência”, finalizou.


Geísa Chaves (Especial para o Cidadeverde.com)
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