Mais de 43 mil mulheres foram mortas vítimas de violência na última década no Brasil. Os dados, do Portal Violência Contra a Mulher, também mostram que, nos últimos 30 anos, perto de 91 mil mulheres foram assassinadas. 

Os números foram citados pelo senador piauiense Ciro Nogueira (PP) em discurso na semana do Dia Internacional pelo Fim da Violência contra as Mulheres. “Este é um dia para reafirmar o nosso compromisso de luta contra o que eu considero um verdadeiro retrocesso da nossa civilização e forte expressão do desrespeito aos direitos humanos”, afirmou Ciro.

Segundo o senador, os assassinatos cometidos por ex-namorados ou maridos, as torturas dos enciumados, os cárceres privados e o envenenamento por puro ciúme são uma desonrosa tradição nacional e notícias cada vez mais constantes. “São pais e avós que abusam de seus descendentes e que constituem uma chaga vergonhosa”, disse.

Ciro apontou os números da pesquisa realizada em 2011, pelo Instituto Avon, que mostra o conhecimento dos brasileiros sobre a Lei Maria da Penha. 

De acordo com a pesquisa,  94% das pessoas conhecem a Lei, mas apenas 13% sabem seu conteúdo. O senador ainda ressaltou que mais de 20% das quase 2 milhões de ligações recebidas pela Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) referem-se a pedidos de informações sobre a Lei Maria da Penha.

Apesar das taxas de assassinatos de mulheres permaneceram estabilizadas nos últimos 20 anos, em torno de 4,5 homicídios para cada 100 mil mulheres, conforme relatou Ciro, um estado  brasileiro ainda apresenta números assustadores.

“O Espírito Santo,  com 9,4 homicídios em cada 100 mil mulheres, mais que duplica a média nacional e quase quadruplica a taxa do meu querido Piauí, Estado que apresenta o menor índice do País e que eu represento com muito orgulho aqui neste Senado”, informou.

Ciro lembrou o trabalho da delegada Vilma Alves, responsável pela Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher de Teresina.

“A delegada Vilma tem realizado um trabalho que contribuiu muito para reduzir o número de homicídios na capital e, com dedicação e profissionalismo, tem assegurado assistência exemplar à mulher vítima de violência em Teresina”, disse.

Comparando os  números, Ciro mostrou que, entre os homens vítimas de violência, apenas 14,7% dos incidentes aconteceram dentro de casa. Já entre as mulheres, a proporção eleva-se para 40%. De acordo com o senador, a violência contra a mulher está presente em toda a sociedade, independentemente de classe, raça, nível social, idade ou religião, e afeta negativamente as bases sociais. Por essa razão, Ciro  pediu a participação de todos os setores para acabar com esse tipo de violência.

“A falta de informação, quanto aos direitos das mulheres frente a seus agressores, é um ponto que pode e deve ser combatido.  O dia 25 de novembro é importantíssimo para que os setores engajados na erradicação da violência contra as mulheres – e aqui incluo este Congresso Nacional – reúnam forças, disposição e energia para prosseguirem nessa luta”, concluiu.