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Promotoras acompanham despejo no residencial Jacinta Andrade

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As promotoras Mirian Lago e Marlúcia Evaristo, da Comissão de Direitos Humanos, acompanham a retiradas das famílias das casas do residencial Jacinta Andrade, na região da Santa Maria da Codipi. Elas afirmam que não foram avisadas que o despejo ocorreria hoje e que souberam pela imprensa, mas estão no local para que excessos não ocorram. 

Leilane Nunes/Cidadeverde.com

A promotora Marlúcia disse que o Ministério Público veio garantir que nenhum mal seja feito a essas pessoas. “Viemos aqui garantir que não haja excessos, o Jacinta Andrade é praticamente uma cidade e temos que ter um olhar diferenciado”, destacou. 

Cerca de 50 policiais militares da Tropa de Choque, do Gate e da Rone fazem a retirada dos móveis das casas invadidas, acompanhados pelo oficial de Justiça Pedro Luís. Os trabalhos começaram às 8 horas e devem durar o dia todo. 


De acordo com Mirian Lago há um acordo prévio para que 20% das casas ocupadas irregularmente, sejam destinadas a essas pessoas que estão sendo retiradas. 

"São casas ocupadas ilegalmente e algumas serão destinadas a esses ocupantes, está sendo feito um levantamento sócio-econômico para definir quem será beneficiado. A maioria das pessoas não tem para onde ir", declarou à promotora. 


Ocupantes aos prantos

Uma dessas é a dona de casa Eva Micaela Rodrigues da Silva, que recebeu o oficial de Justiça aos prantos, pedindo prazo até às 15 horas para arrumar um local para ir. “Eu tenho quatro anos que fiz a inscrição na ADH e nunca fui contemplada. Eu morava de favor e agora não tenho para onde ir. Vou colocar as minhas coisas no meio da rua e não tenho para onde ir”, disse chorando muito. 



Eva Rodrigues

Na casa 35 da quadra 35, a invasora amamenta o bebê recém-nascido. A avó da criança, Raimunda Costa, protesta contra a retirada. “Eu tenho três anos que moro aqui e o dono da casa nunca soube esse endereço. Ele nunca veio aqui. Aqui tem casa que já foi vendida três vezes. Elas têm que ir para quem precisa”, declara. 

Pelo menos 68 famílias já deixaram as casas voluntariamente e os outros acompanham sem resistência as desocupações. 


Flash de Leilane Nunes
Redação Caroline Oliveira
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