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"O Pagador de Promessas" retorna aos teatros do Piauí

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O espetáculo que foi um sucesso de público em 2011 está de volta. "O Pagador de Promessas" fará sua reestreia nos dias 12, 13, 19 e 20 de janeiro de 2013, no Teatro Maria Bonita, em Floriano, sempre às 20h. Após as apresentações em Floriano,  a peça entra em turnê pelas cidades de Picos/PI, Oeiras/PI, Teresina/PI, Parnaíba/PI e Barão de Grajaú/MA.
 
O "Pagador de Promessas" tem assinatura do dramaturgo Dias Gomes,  e foi encenado pela primeira vez pelo grupo de teatro TBC (Teatro Brasileiro de Comédia); tempos depois, o espetáculo ganhou uma versão em filme que lhe rendeu o prêmio Palma de Ouro no Festival de Cannes.
 
Na versão do grupo Escândalo Legalizado Teatro (Escalet), a peça ganhou uma roupagem atual interligada ao tradicional. O enredo da peça e desenrolado na cidade de Salvador-BA, com personagem principal Zé do Burro interpretado pelo ator Alisson Rocha, um homem simples que vive no sertão do Brasil, casado com Rosa (Ceiça Oliveira), possui um burro como animal de estimação e é devoto de Santa Barbara, após seu burro ter sido atingindo por um galho de árvore que caiu em um dia de tempestade ele decide fazer uma promessa, carregar uma cruz tão pesada quanto à de Cristo e entregar no altar da igreja de Santa Barbara. Após ter percorrido sete léguas até chegar à frente da igreja, ele se depara com o Padre Olavo (Alexandro Brito) e sente-se mal compreendido pelo padre por não deixá-lo entrar na igreja com a cruz, pois a promessa foi feita em um terreiro de candomblé e não em um altar de Santa Barbara.
 
Para Zé do Burro, Iansã é Santa Barbara e por ter feito o sacrifício de carregar uma cruz tão pesada quanto à de Jesus é tido como um novo cristo que prega a revolução, e assim, tendo a população voltada à sua pessoa, uns querem ajudá-lo enquanto outros querem tirar proveito da situação. Zé do Burro cumpre sua promessa após um conflito que leva à sua morte.
 
Um dos objetivos da montagem do espetáculo é fomentar a cultura local, promovendo um teatro que chame a atenção da população, que possa atrair jovens, e assim dar mais um passo visando fazer a comunidade conhecedora da arte de representar. Ao mesmo tempo, o Escalet quer proporcionar aos artistas a oportunidade de participarem de grandes espetáculos - o que, seguramente, resultará em maior profissionalização.
 
“Há um ganho profissional muito grande quando participamos de uma peça de tamanha aceitação do público. Houve uma entrega não só minha mais de todo o elenco para que pudéssemos chegar ao melhor de cada personagem", explica Lucas Carvalho, um dos atores do espetáculo.
 
O processo de montagem do espetáculo seguiu o desenvolvimento de uma concepção cênica e de uma metodologia para o trabalho do ator, e previu o treinamento corporal e vocal, estudo teórico do texto, da característica estética da montagem, criação (cenas, cenografia, sonoplastia, figurino) e ensaios.
 
De acordo com o diretor do espetáculo, César Crispim, "a tragicomédia está inserida no contexto atual, onde o Brasil está envolvido em diferentes formas de pensar o fazer cultural". Ele explica ainda que o imaginário popular é construído por artistas e pensadores que retratam nas obras sua visão de mundo e de lugar a que pertencem, criam uma estética própria para cada espaço e, consequentemente, dá oportunidade ao artista contemporâneo de apropriação e reinvenção dessas construções. "Assim aprendemos ver nosso país e seus habitantes, com jeitos, trejeitos e linguajar", completa o diretor.
 
"A importância da montagem da obra se dá pelo fato de se tratar de um marco no teatro e na formação histórica do nosso povo, pois traça um interessante retrato da miscigenação religiosa brasileira e tem em sua maior preocupação destacar a sincera ingenuidade e devoção do povo, em oposição à burocratização imposta pelo próprio sistema católico em sua organização interior", afirma Relata Alisson Rocha, protagonista da peça.
 
O elencon conta ainda com Alisson Rocha, Ceiça Oliveira, Chico Bonito, Denis Silva, Iraci Costa, Triciane Oliveira, Alexandre Brito, Karina Batista, Ritheli Moura, Diego Andrade, Maria Neurene, Cassio Silva, Walderlan Damasceno, Fabiano Araujo, Lucas Caravalho. 
 
O projeto foi selecionado pelo prêmio “Mirian Muniz” e programa BNB de cultura. É uma realização do Grupo Escândalo Legalizado Teatro (Escalet) juntamente com Pontão de Cultura “Cultura Viva ao Alcance de Todos” e conta com o apoio da Funarte, Ministério da Cultura, através da Secretaria da Cidadania Cultural.

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