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Diretoria do São Paulo Futebol clube provoca 'ruído' na CBF

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Pode custar caro ao São Paulo a aproximação entre o presidente Juvenal Juvêncio e o ex-diretor de seleções da CBF, Andrés Sanchez. O presidente da entidade, José Maria Marin, sentiu-se afrontado e não vai fazer o menor esforço para evitar que o clube seja punido pela Conmebol por causa dos incidentes no jogo com o Tigre, na decisão da Copa Sul-Americana, em dezembro, no Morumbi. O Tricolor corre o risco de perder alguns mandos de campo, o que pode prejudicá-lo na Taça Libertadores.


Andrés tornou-se oposição a Marin e à cúpula atual da CBF ao deixar a diretoria de seleções, em novembro passado – demitiu-se ao saber que Marin e o vice-presidente da entidade e presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo Del Nero, articularam a contratação de Luiz Felipe Scolari para o lugar de Mano Menezes sem nem sequer consultá-lo.

A partir de então, passou a trabalhar para ser o candidato de oposição às eleições presidenciais da entidade, que no momento está marcada para abril de 2014. Também encabeça a ideia da criação de uma liga de clubes.

O ex-presidente do Corinthians conversou nas últimas semanas com presidentes de clubes, federações e políticos em busca de apoio. Com Juvenal, Andrés falou em meados do mês de dezembro. O são-paulino mostrou-se simpático à criação da liga, à existência de uma oposição na CBF e criticou o fato de a entidade destinar mensalmente R$ 100 mil ao ex-presidente Ricardo Teixeira, pagamento que Marin diz que cessará brevemente.

INGRATIDÃO

Marin não gostou do comportamento do dirigente do São Paulo. "Ele ficou com um misto de mágoa e irritação'', disse uma pessoa próxima ao presidente da CBF. "Disse que vinha ajudando o São Paulo, mas no julgamento da questão do jogo com o Tigre não vai fazer nada para atrapalhar e também não vai ajudar.''

O cartola, segundo esse interlocutor, ficou chateado porque no ano passado se esforçou para trazer um amistoso da seleção brasileira ao Morumbi, contra a África do Sul, precedido por um período de treinamentos no CT são-paulino de Cotia.

Além disso, fez gestões na Conmebol para que o São Paulo fosse declarado campeão da Sul-Americana, mesmo com a pendência existente por causa da briga entre seguranças do Tricolor e jogadores do time argentino.

Também ajudou o clube a contratar o técnico Ney Franco, que deixou o cargo de coordenador das seleções de base da CBF para assumir o São Paulo.

O caso ainda não tem data para ser julgado pela Conmebol – o São Paulo tem até segunda-feira para apresentar sua defesa. Mas, quando a confusão for julgada, Marin e os brasileiros com influência na entidade sul-americana não moverão uma palha para ajudar o clube. "Juvenal pegou o pior caminho para pressionar o Marin e a CBF. A partir de agora, a boa vontade com o São Paulo não será a mesma'', disse o amigo do dirigente da CBF.

O São Paulo será julgado com base em três artigos do regulamento do torneio. Pode apenas ser multado, mas, além da pena pecuniária, corre risco de perder mandos de campo. Se isso ocorrer e o time confirmar o amplo favoritismo se garantindo na fase de grupos – fez 5 a 0 no Bolívar no primeiro jogo –, terá de "pagar'' a punição na Libertadores e jogar algumas partidas como mandante longe do Morumbi.

ESPANTO

Juvenal Juvêncio ficou espantando ao ser questionado sobre a irritação de Marin. Ele disse que os dois assistiram juntos o jogo de quarta-feira com o Bolívar e que não chegaram a conversar sobre questões políticas.

O dirigente admitiu criticar os pagamentos feitos a Ricardo Teixeira, mas afirmou que Marin conhece sua posição.

"Isso é um absurdo, coisa de gente que quer fazer fofoca, futrica. O fato de eu ter algumas posições concordantes com as do Andrés não quer dizer que eu o apoio para isso ou aquilo. Se ele diz que o Neymar é bom, eu vou dizer que não só para discordar?'', questionou o presidente são-paulino.

Para ele, tudo não passa de uma grande bobagem. "Mesmo gostando do Andrés, quem me conhece sabe que eu não o apoiaria. O Marin sabe exatamente no que concordo ou discordo dele.''

ENTENDA O CASO

O São Paulo corre o risco de perder mandos de campo na Libertadores se a Conmebol julgar que o clube tem culpa na confusão envolvendo seguranças e jogadores do Tigre na final da Copa Sul-Americana no ano passado. O Tricolor encaminha a defesa à entidade na segunda-feira.


Fonte: MSN
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