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Bombeiro ensina a utilizar extintor e médico explica mortes por asfixia

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O médico pneumologista Antônio de Deus e o major José Veloso, do Corpo de Bombeiros, comentaram sobre a tragédia na boate Kiss, que matou 236 pessoas no Rio Grande do Sul e mobilizou todo o País. No Jornal do Piauí de hoje (28) os profissionais explicaram que as vítimas morreram por asfixia e deram recomendações de como evitar esse tipo de situação.

Fotos: Evelin Santos / Cidadeverde.com

De acordo com o médico, a fumaça do ambiente produz monóxido de carbono, que tem afinidade com a hemoglobina e, dessa forma, evita que esta tenha ligação com o oxigênio. "Assim, não há como o oxigênio circular no organismo. A pessoa suporta quatro ou cinco minutos e perde os sentidos. A falta de oxigênio leva ao coma", explicou Antônio de Deus.


O especialista acrescentou que respirar o ar muito quente também causa morte e destacou o risco que os sobreviventes ainda correm. "Queima tudo por dentro. Aquelas substâncias que têm o objetivo de proteger o pulmão passam a agredi-lo. Na boate não houve queimaduras específicas, as pessoas morreram por asfixia e mesmo as que não morreram correm risco porque ainda estão vulneráveis a ter pneumonia e insuficiência respiratória. Boa parte dos pacientes estão em respiração mecânica, o índice de mortalidade é elevado nesses casos".

Recomendações

Para o major José Veloso, houve uma sequência de erros no local e os principais foram que o extintor de incêndio não era o adequado para o caso e as saídas estavam bloqueadas.


"O material de proteção acústica ajudou a propagar o fogo. Foi utilizado um extintor errado no local errado. Temos extintores de água, CO2 e pó. Era para ter sido usado água. Além disso o segurança barrou a saída de emergência, outro erro grave", argumentou o bombeiro.


O major aproveitou para explicar aos telespectadores como usar adequadamente os extintores de incêndio. "Qualquer pessoa está apta a utilizar esse instrumento. Primeiro tem que identificar o tipo de material que está pegando fogo. Tudo isso vem escrito nas instruções coladas no equipamento. Depois de verificar se o extintor é o adequado, retiramos o lacre. Este é um ato fácil, basta torcer que ele abre. ao utilizar o extintor, devemos pegar na base da mangueira porque a parte superior congela e sua mão pode ficar grudada. É importante também que apontemos para a base da chama", orientou.

Fiscalizações no Piauí

José Veloso ressaltou que existe uma atividade de rotina que obriga todos os estabelecimentos a uma fiscalização prévia do Corpo de Bombeiros. "Quando vamos a uma fiscalização, sempre há m engenheiro que faz um relatório sobre o local, que verifica as condições de saídas de emergências, posição de extintores, e coisas do tipo".


A promotora do Meio Ambiente, Carmen Cavalcante, afirmou que após a tragédia, as Superintendências de Desenvolvimento Urbano (SDUs) irão realizar um mutirão juntamente com os bombeiros e a Secretaria de Meio Ambiente para fiscalizar as casas de shows de Teresina.

Jordana Cury
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