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80% dos acidentes de trânsito são provocados por homens, diz Ciptran

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O Jornal do Piauí desta quarta-feira (30) promoveu debate entre o psicólogo especialista em trânsito Eduardo Moita, a promotora de justiça Clotildes Carvalho e o major Lucena do Ciptran, para discutir o caso do comerciante que foi morto ontem após ser baleado em uma briga de trânsito. Para o psicólogo, este caso retrata a falta de controle emocional do acusado do crime. 

Fotos: Evelin Santos / Cidadeverde.com

"É uma nítida falta de controle emocional. Uma pessoa com esse tipo de problema não deveria dirigir, muito menos portar armas. Há uma pesquisa que mostra que em 85% desse tipo de caso, a pessoa está passando por alguma dificuldade na vida e isso faz com que ela cometa um crime banal", esclareceu o especialista Eduardo Moita.


O comerciante Edson Avelino Ribeiro, 42 anos, morreu na tarde desta terça-feira (29) no Hospital de Urgências de Teresina. Ele foi baleado duas vezes na entrada da Vila da Paz, zona Sul de Teresina na segunda-feira (28). Os tiros atingiram o baço e o rim. Para a promotora Clotildes Carvalho, o fato da família não ter prestado queixa do crime causa "estranheza" e por isso o caso ainda precisa ser investigado.


"É um crime doloso, não tem atenuantes, apenas agravantes. Ele teve a intenção de matar e temos também o crime do porte ilegal de arma de fogo. Mas, tudo isso causa estranheza por não ter sido registrada a ocorrência. Resta saber se foi crime de trânsito mesmo ou se este é só o motivo aparente. Pode ter sido passional ou resultado de alguma rixa", pontuou a promotora.


O major Lucena, do Ciptran, destacou que este tipo de crime não é comum em Teresina, diferente das mortes por acidente de trânsito. "Não nos chocamos mais com a quantidade de vítimas que o trânsito faz. Ano passado o Ciptran atendeu 58 casos de acidentes com mortes, fora as ocorrências atendidas pela PRF e outros órgãos. Este é um número muito alto", observou.


Para o major, a violência no trânsito não se resume aos tipos de caso como a morte do comerciante, mas abrange todas as situações em que o motorista gera riscos a pedestres e a outros condutores. "A violência no trânsito precisa ser revista, analisada. Isso passa pela questão do comportamento da pessoa. Em muitos momentos os condutores não aceitam a presença do outro no trânsito. As pessoas precisam entender que o espaço no trânsito é de convivência", explicou.

O major acrescentou que em 80% dos casos, os acidentes são provocados por homens. "A mulher é mais cuidadosa, mais atenciosa e mais comedida no trânsito, o que a deixa mais segura que o homem. Os acidentes com mulher são menos graves", disse. 

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Jordana Cury

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