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Criança resgatada de cárcere privado terá alta e pode ficar com pai

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A criança que era mantida em cárcere privado pelos pais no município de Uruçuí ficará 48 horas internada no hospital da cidade e apresenta um quadro de desnutrição e desidratação. A menina de iniciais L.S.S., 8 anos, é cega, surda e não fala e anda com dificuldade.

Fotos: Portaldeuruçuí

As informações foram passadas ao Cidadeverde.com pelo conselheiro tutelar que acompanha o caso, Leodimar Almeida. Segundo ele, o resultado completo dos exames sairá apenas amanhã (8). 

"Ao meio-dia o médico avisou que ela ficará internada, principalmente porque o hospital é o lugar mais apropriado neste momento. Ele disse que ela está desnutrida e desidratada. Ela já tomou banho e foi alimentada. Estamos aguardando mais informações", relatou o conselheiro, que está no hospital regional Senador Dirceu Arcoverde, onde a menina deu entrada às 5h.



Caso já havia sido denunciado

Leodimar afirmou que fará um parecer sobre o caso e que já comunicou ao juiz do município e à Secretaria Estadual de Assistência Social e Cidadania (Sasc). "Toda a cidade já sabia deste caso. Vínhamos acompanhando essa criança há anos e já havíamos denunciado, mas o fato não repercutiu. Essa situação não é de agora, mas aqui em Uruçuí não há abrigos que tenham condições de lidar com a situação e a mãe sempre garantia que iria cuidar da criança", disse.

O conselheiro acrescentou que a menina já nasceu portadora de deficiências e que chegou a frequentar a APAE e o CRAS de Uruçuí. "Mas, ela deixou de ir porque a mãe sempre voltava ao vício das drogas". Apesar da situação de abandono, o Conselho Tutelar garante que não há sinais de espancamento na menor.


Guarda pode ficar com o pai

L.S.S. era criada pela mãe e pelo padrasto, que eram usuários de drogas. O abandono veio à tona na madrugada desta quinta-feira (8), quando a Polícia Civil fez uma operação para estourar a boca de fumo que funcionava na casa. A menina foi encontrada em um canto, deitada no chão, completamente suja. 

Como não poderá voltar ao convívio da mãe, o Conselho Tutelar estava tentando enviar a menina para Teresina, onde há abrigos com melhor estrutura. Entretanto, o pai da criança apareceu e se colocou à disposição para criar a filha.

"Ele disse que não sabia da situação da menina. Explicou que se divorciou há muito tempo e que no começo até ajudava com as despesas, mas a ex-esposa gastava o dinheiro com drogas, por isso ele se afastou e estava morando em Bertolínea", contou o conselheiro.

O pai de L.S.S trabalha como ajudante de pedreiro e vive com a segunda esposa. "Vamos até a casa dele verificar as condições. Temos também que garantir que a madrasta quer ficar com a criança e levantar a ficha criminal do pai, que apareceu apenas agora. Apesar disso, não podemos esquecer que ele também foi negligente com a filha", explicou Leodimar.

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Jordana Cury
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