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"Renuncio pelo bem da Igreja" , diz Bento XVI em discurso

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O Papa Bento XVI, em sua primeira fala em público desde que anunciou sua renúncia, disse nesta quarta-feira (13) no Vaticano que tomou a decisão de abandonar o pontificado "em plena liberdade, pelo bem da Igreja".

Bento XVI disse que "orou arduamente e examinou sua consciência" antes de tomar a decisão.


O pontífice alemão, de 85 anos, reiterou que está consciente da gravidade da decisão, mas também que está consciente da diminuição de suas forças espirituais e físicas.

Ele disse ter certeza que a Igreja iria sustentá-lo com orações e que Cristo continuará sendo seu guia.

O papa chegou às 10h44 locais (7h44 de Brasília) para a tradicional audiência geral das quartas-feiras, na Sala Paulo VI, e foi aplaudido de pé por emocionados fiéis de vários países, inclusive do Brasil.

Depois de ouvir os gritos de "Bento, Bento!", o pontífice agradeceu pela calorosa recepção.


"Agradeço a todos por vosso amor e vossas orações", afirmou, com aparência cansada.

Na audiência, o Pontífice recebeu no Vaticano mais de 3.500 fiéis e peregrinos para a sua catequese e fez a saudação em várias línguas, entre as quais o português, falando sobre o período da Quaresma (assista no vídeo acima). Ele agradeceu à presença de fiéis, citando literalmente as cidades de Curitiba e Porto Alegre. Leia a íntegra.

O Papa também celebra hoje a Santa Missa de quarta-feira de cinzas, que abre o período da Quaresma. A missa será rezada a partir das 13h50 de Brasília.

Na véspera, o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, disse que o Papa Bento XVI está usando um marcapasso cardíaco "há algum tempo", mas que seu estado de saúde é bom e que ele estava "lúcido e sereno" quando tomou a histórica decisão de encerrar precocemente seu pontificado.

Renúncia histórica

Bento XVI anunciou a renúncia pessoalmente, falando em latim, durante um encontro de cardeais no Vaticano, na segunda-feira. O conclave de cardeais deve escolher o novo Papa até a Páscoa, prevê o Vaticano.

O padre Lombardi disse que as baterias do marcapasso foram trocadas há três meses, em uma intervenção pequena, mas que isso não influiu na decisão da renúncia papal.

"Isso não influiu na decisão, as razões estavam na sua percepção de que sua força tinha diminuído com a idade avançada", disse.

A informação sobre o marcapasso papal, que não era de conhecimento público, havia sido adiantada pelo jornal italiano "Il Sole 24 Ore", que afirmou que o papa usava o artefato havia dez anos.

Lombardi também confirmou informação dada na véspera, de que Bento XVI vai manter a agenda de trabalho até dia 28, quando vai renunciar.

Isso inclui uma audiência com o presidente da Guatemala, Otto Pérez Molina, no próximo sábado (16).

A última audiência pública do papa, no dia 27, será na Praça de São Pedro, no Vaticano, para permitir que os fiéis possam assisti-la e se despedir do Papa.

O porta-voz também reafirmou que Bento XVI não vai interferir na escolha de seu sucessor, deixando os cardeais livres para decidirem. Federico disse que, após a renúncia, Bento XVI não terá nenhum papel na chefia da Igreja Católica.


Fonte: G1
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