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Tia crê que mãe de Débora "acoberta" assassino da filha

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A tia da menina Débora Maria da Conceição, 5 anos, acredita que a mãe da menor, Divânia Maria, está sendo conivente com o crime que resultou na morte da filha. A casa onde a vítima morava recebeu reforço policial porque os vizinhos ameaçam a segurança da família.

Fotos: Evelin Santos/Cidadeverde.com

"Não a considero mais minha irmã. Ela não reage, não quer falar e coloca as filhas em risco. Acredito que ela está sendo ameaçada ou pelo marido ou pelos filhos dele, porque não é possível que ela não se sensibilize com o sofrimento que a filha dela passou. Ela não quer sair de casa e parece que não se importa com o que possa acontecer. Estou espantada, não a reconheço mais", disse a tia de Débora, Socorro do Espírito Santo.


Débora Maria foi raptada da porta de casa enquanto brincava com as irmãs. Horas depois seu corpo foi encontrado próximo ao açude de Demerval Lobão, cerca de 50m de sua casa. Segundo a polícia e com base nos laudos periciais, ela foi estuprada, espancada, asfixiada e morta pelo seu meio-irmão, de apenas 17 anos.

Para a tia, a irmã menor de Débora já teria dito à mãe o nome do assassino. "A gente da família acha que a menina falou e que a mãe escondeu e a proibiu de repetir. Acredito que lá dentro da casa, todos sabiam e encobriram o crime", destacou.


Em Demerval Lobão o clima é de alvoroço. A população crê que Divânia tenha relação com a morte da filha e se aglomera em frente à casa da família. A Justiça já retirou duas irmãs de Débora da casa, uma de três anos e outra de 14. 

O delegado Tales Gomes, que preside o inquérito, é a favor de que todas as crianças sejam mantidas fora da casa onde a mãe mora atualmente. "Se dependesse da polícia, essas crianças já teriam sido retiradas de lá, porque além do risco que correm convivendo com a família do acusado, ainda vivem em situação de abandono e maus tratos. Enquanto investigava percebi que aquelas meninas brincavam junto com os porcos. Estavam sempre sujas", explicou.

Violência doméstica

Com o estupro e morte de Débora, vieram a tona outros problemas vividos pela família. Socorro relatou que a mãe da menina é constantemente agredida pelo marido, Antônio. "Ela apanha dele demais. Um dia ele bateu nela por horas e ela foi dormir. Ele pegou um facão e cortou os punhos da rede em que ela dormia com uma das filhas e as duas caíram no chão", relatou a tia.


Socorro comentou ainda que acredita que as outras filhas de Divânia também tenham sofrido algum tipo de violência sexual. 

O delegado Tales Gomes afirmou que as investigações continuam e que agora apura outros crimes dentro da família. "Se comprovarmos outras condutas criminosas, vamos divulgar e reprimir. Até agora não apareceu a questão do uso de drogas, até porque o adolescente acusado do crime garantiu que não é usuário, mas a atitude do marido de Divânia é estranha. Ele chegou a reclamar porque a polícia estava indo demais na casa dele", explicou.


Tales acredita que o estupro e morte da menina foi cometido apenas pelo meio-irmão, que está detido em Teresina, mas pediu para que se alguém souber de qualquer detalhe  que procure a delegacia. "Pedimos a ajuda da população e garantimos que identidade será preservada", finalizou o delegado.

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Jordana Cury
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