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Médicos piauienses fazem treinamento inédito na Suíça

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Pela primeira vez, médicos que atuam no Piauí participam de um treinamento para possibilitar a realização de um novo procedimento cardíaco no Estado. Nove profissionais do Heart Team do Hospital São Marcos estão em Nyon, na Suíça, recebendo um treinamento da Edwards Lifescience, empresa que fabrica uma válvula cardíaca artificial essencial para a sobrevivência de pacientes que sofrem de Estenose Aórtica e que estão frágeis demais para passar por uma cirurgia convencional. 

Divulgação

Entenda a doença

Estenose Aórtica é uma calcificação em uma das válvulas do coração e atinge de 3% a 5% das pessoas acima de 75 anos no mundo. Destas, cerca de 30% não resistiriam a uma cirurgia comum. “Não há tratamento para o problema que calcifica uma das válvulas do coração, a não ser cirurgia”, explica o cardiologista clínico e vice-diretor do Hospital Albert Einstein, Flávio Tarasoutchi, que esteve em Simpósio realizado em Teresina para falar sobre a doença. Ele chamou a atenção para o fato de que a estenose pode se tornar um grave problema de saúde pública entre idosos nas próximas gerações.

Na década de 1990, foi desenvolvido um procedimento de implante de válvula através de cateter, ou seja, através de uma artéria: o ITVA – Implante Transcateter de Válvula Aórtica. 

No Piauí, o procedimento foi realizado uma única vez. A cirurgia ocorreu no Hospital São Marcos, com a equipe de médicos piauienses que está em treinamento na Suíça. Durante o procedimento, eles tiveram que ficar sob a supervisão de um cardiologista do Hospital Albert Einstein, de São Paulo, uma exigência da Edwards Lifescience. 

O objetivo do treinamento realizado agora é permitir que os médicos piauienses tenham autonomia para a realização do procedimento que vem salvando muitas vidas e garantindo qualidade de vida e longevidade para os pacientes.

Caso inédito no Piauí

No dia 25 de agosto de 2012, a americana Nora Ellen Stenger, mais conhecida no Brasil como Irmã David, foi a primeira paciente no norte e nordeste do país a ser submetida ao procedimento. Aos 75 anos, depois de duas cirurgias, o problema ficou tão grave que a ex-enfermeira já não podia mais se levantar da cama, pois ficava sem ar. 

Hoje ela exerce normalmente as funções no trabalho e sem demonstrar nenhum desejo de se aposentar. “Depois que fiz esse implante estou vivendo muito bem, meu maior desejo agora é todas as pessoas que sofrem com este problema também possam realizar o procedimento”, afirma Irmã David. 

Ela se junta aos milhares de militantes que lutam para incluir o ITVA na lista de procedimentos cobertos pelo Sistema Único de Saúde do Brasil e pelos planos particulares de saúde, pois ainda é um procedimento muito caro.
 

Da Redação
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