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Velório de Chávez deve durar três dias

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A Venezuela prepara nesta quarta-feira (6) as homenagens para o presidente Hugo Chávez, que morreu na véspera após lutar contra o câncer. O governo determinou 7 dias de luto oficial.


Segundo o ministro venezuelano de Relações Exteriores, Elias Jaua, o corpo de Chávez deve ser levado na manhã desta quarta para a Academia Militar de Caracas, onde será velado. O traslado, ainda sem hora definida, deve ser um cortejo "acompanhado por todo o povo", disse Jaua.

Eleições em 30 dias

Jaua disse também que o país vai convocar eleições dentro de 30 dias. O vice-presidente, Nicolás Maduro, vai permanecer interinamente no poder.

"Agora se produziu uma falta absoluta [do presidente], assume o vice-presidente o poder como presidente, e eleições vão ser convocadas nos próximos 30 dias", disse Jaua na TV Telesur.

"Essa é a ordem que nos deu o comandante presidente Hugo Chávez."

Ele não deixou claro se isso significava que seria realizada dentro de 30 dias ou apenas se ela seria convocada nesse período.

A Constituição da Venezuela prevê que, no caso de morte (falta absoluta) do presidente, o governo seja assumido pelo presidente da Assembleia, o também governista Diosdado Cabello, mas há outras interpretações.

Aguarda-se que o Tribunal Supremo de Justiça, principal corte venezuelana, se pronuncie sobre o tema.

Cenário eleitoral

O cenário mais provável da eleição é que Nicolás Maduro seja o candidato do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela, chavista) e que Henrique Capriles seja o candidato das oposições.

Uma recente pesquisa de opinião mostrou Maduro com ampla liderança sobre Capriles, em parte porque ele recebeu a "bênção" de Chávez como seu herdeiro.

É provável ainda que ele se beneficie da comoção nacional provocada pela agonia e morte do presidente.

Maduro tem sido um aliado próximo de Chávez há anos e seria muito pouco provável que fizesse grandes mudanças políticas.

Alguns têm sugerido que ele poderia tentar aliviar as tensões com investidores e o governo dos EUA, embora, horas antes da morte de Chávez, Maduro tenha afirmado que os "imperialistas" inimigos tinha infectado o presidente com o câncer como parte de uma série de conspirações com os adversários internos. Dois adidos militares americanos foram expulsos pelo governo acusados de "conspiração".

Uma vitória de Capriles traria profundas mudanças à Venezuela e seria bem recebida por grupos empresariais e investidores estrangeiros, embora seja provável que ele agisse de forma cautelosa para reduzir o risco de violência e instabilidade política.

Capriles, em sua primeira manifestação após a morte de Chávez, manteve um tom conciliador. Maduro também falou em "união pelo futuro da pátria".

'Normalidade'

Jaua também disse que o país está em "total normalidade" horas após a morte de Chávez.
A capital, Caracas, amanheceu com trânsito calmo, após uma noite agitada.

A expectativa é que vários líderes e personalidades latino-americanos compareçam ao velório e ao enterro.

Eles devem participar de uma cerimônia às 10h (11h30 de Brasília) de sexta.

O local do enterro ainda não foi revelado.

Fonte: G1
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