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Papa perdeu parte do pulmão quando jovem

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O cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco, eleito sucessor de Bento XVI na quarta-feira (13), no Vaticano, não deve enfrentar limitações nem problemas de saúde por conta da retirada de parte de um pulmão quando jovem, segundo médicos pneumologistas.


Nesta quinta-feira (14), o Vaticano confirmou que o Papa Francisco passou por cirurgia para a retirada de parte do órgão em consequência de uma doença respiratória.

O problema, ocorrido há "muitos e muitos anos", conforme o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, não impediu que Bergoglio se dedicasse ao sacerdócio. Ele  garantiu que o novo pontífice "está com boa saúde".

Segundo informação da imprensa argentina, Papa Francisco passou por uma cirurgia de retirada de parte do pulmão há mais de 50 anos. Nascido em Buenos Aires, em 17 de dezembro de 1936, o pontífice atualmente tem 76 anos.


"Se ele operou há tanto tempo, deve ter retirado apenas um pedaço do pulmão e se adaptou muito bem", afirma José Eduardo Afonso Junior, pneumologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. "Acho pouco provável que ele estivesse bem se tivesse retirado o pulmão inteiro", completa.

O médico explica que a capacidade pulmonar dos humanos vai além do que é necessário para sobreviver. "Com 50% da sua capacidade, você vive tranquilamente", diz. "Talvez não com o vigor físico que teria se tivesse os dois pulmões. Depende muito da condição do outro pulmão e do motivo pelo qual ocorreu a retirada."

Cirurgias de retirada de parte ou de todo o pulmão podem acontecer em caso de tumor, de trauma (por exemplo, um acidente de trânsito em que o pulmão seja perfurado), de infecção, de pneumonia ou de tuberculose, explica Rafael Stelmach, professor de pneumologia da Faculdade de Medicina da USP.



O mais comum atualmente é fazer a cirurgia por conta de câncer ou de trauma, dizem os especialistas. "Antigamente era comum tirar uma parte do pulmão por conta de tuberculose. Hoje, trata-se com antibiótico", enfatiza Junior.

Recuperação em um ano

O tempo de recuperação depois de uma cirurgia de retirada do pulmão é em média de um ano, afirma Paulo Nascimento Saldiva, professor da Faculdade de Medicina da USP e especialista em  fisiopatologia pulmonar.

"Não há dúvida de que o pulmão dele se adaptou, os pulmões em geral se adaptam depois de um ano da cirurgia", avalia. Como o Papa já superou a expectativa de vida média da humanidade ao atingir 76 anos, a cirurgia não deve ter fragilizado sua saúde, mesmo tendo retirado uma parte ou todo o pulmão, reflete Saldiva.

Saldiva diz haver muitas pessoas vivendo no mundo sobrevivendo com uma parte a menos do pulmão. "O organismo se adapta. Não faz falta para respirar", diz. O médico cita doadores de rim como exemplos similares. "Assim como há quem viva só com um um rim, é possível viver com só um pulmão. Não é incomum isso acontecer."


A retirada completa de um pulmão pode ter consequências a longo prazo, como deformação do tórax, ressalta o pneumologista Junior. "Quando você retira o pulmão, desloca o coração para o lado do pulmão retirado e o outro acaba se enchendo mais de ar", explica. Outra consequência que pode surgir é a limitação à atividade física.

Novo Papa

O conclave elegeu na quarta-feira (13) o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio como novo Papa, sucessor de Bento XVI à frente da Igreja Católica Apostólica Romana. Após a eleição histórica, ele se torna o 266º pontífice da Igreja – o primeiro latino-americano e também o primeiro jesuíta.

O nome do escolhido pelos 115 cardeais foi anunciado com a tradicional fórmula latina "Habemus Papam!" ("Temos um Papa!"), pelo mais velho dos cardeais-diáconos, o francês Jean-Louis Tauran, e recebido com aplausos pelos fiéis que enfrentaram frio e chuva na Praça de São Pedro, no Vaticano.



Também houve festa na Basílica de Buenos Aires, em que 200 fiéis argentinos assistiam à missa no momento do anúncio. Bergoglio, de 76 anos, escolheu se chamar Papa Francisco, sem o numeral.

Na breve aparição na varanda, falando em italiano com leve sotaque, ele agradeceu ao Papa Emérito Bento XVI e pediu orações para seu pontificado que se inicia.

O Vaticano informou que o Papa Francisco deve fazer uma oração nesta quinta, e depois se encontrar com os cardeais votantes na Capela Sistina. No domingo, o Papa celebra a Hora do Angelus, na Praça de São Pedro. A missa de Inauguração do pontificado ocorre na terça-feira, dia 19.

Fonte: G1 Brasil
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