Cidadeverde.com

Dominguinhos tem sinais de recuperação

Imprimir
O músico Dominguinhos, internado desde o início do ano por causa de uma infecção respiratória e arritmia cardíaca, está "minimamente consciente", informou boletim médico divulgado na noite desta segunda-feira (18). Ele está no Hospital Sírio-Libanês desde 13 de janeiro.

"Houve melhora do quadro cardiológico, respiratório e renal. Do ponto de vista neurológico, ele apresenta estado minimamente consciente, demonstrando discretos sinais de recuperação", informa boletim assinado pelos médicos Antonio Carlos Onofre de Lira e Paulo Cesar Ayroza Galvão. Ele permanece internado, sem previsão de alta.

Visita

Na noite de sábado (16), Dominguinhos recebeu a visita do amigo e cantor Sérgio Reis. Segundo a mulher de Dominguinhos, Guadalupe Mendonça, Sérgio Reis cantou e conversou bastante com o músico. "Ele reagiu e ficou muito feliz, muito emocionado", disse.


A mulher disse que os danos neurológicos “foram os mínimos possíveis”. Guadalupe citou que, recentemente, a cantora Elba Ramalho esteve com ele no hospital, cantou ao pé do ouvido e rezou. Segundo a mulher, essas visitas são importantes para o estímulo neurológico de Dominguinhos.

"Estamos fazendo um trabalho junto com uma neuropsicóloga para resgatar a memória dele, para incentivá-lo a querer viver e não desistir", disse a mulher do músico.

Ela disse que coloca músicas, mostra fotos e revistas e conversa bastante com Dominguinhos para estimular seu cérebro. "Aos poucos, ele está tendo momentos de consciência. Ele se comunica através do olhar, se emociona, chora e olha nos meus olhos", afirmou.

Dominguinhos tem diabetes e luta contra um câncer de pulmão. Ele foi internado em 17 de dezembro no Hospital Santa Joana, no Recife, e acabou transferido para a unidade de saúde paulistana no dia 13 de janeiro. “Ele tirou o marcapasso provisório, que veio do Recife para cá, o pulmão dele está ok, o rim dele também está normal. Ele teve oito paradas cardíacas, ficou 23 minutos fora do ar e o coração dele agora está ótimo, não tem nenhuma arritmia”, contou.

Medalha

Nesta segunda, Mauro José de Moraes, filho do músico, recebeu a Medalha da Ordem do Mérito dos Guararapes no lugar do pai, na sede do Governo de Pernambuco, em Recife. A comenda, entregue pelo governador Eduardo Campos, é um reconhecimento a personalidades locais.

Foto da mão de Dominguinhos com a pulseira do Hospital Sírio Libanês, em SP (Foto: Glauco Araújo/G1)

Moraes disse que o estado de saúde de Dominguinhos está estabilizado. “Em nenhum momento eu falei que ele estava mal. A gente está orando muito para ele sair dessa. A única coisa que preocupa mesmo é o estado neurológico dele", disse durante a solenidade. 

Sobre o suposto coma irreversível, ele afirmou que o estado foi repassado por um dos médicos.

“Ele (o médico) me falou que o estado de saúde dele inspirava cuidado e que ele estava em coma. Mas tem aquele negócio: eu não acredito em médico, só quem tem esse poder é Deus. Então eu sempre acordo de manhã, estou acompanhando ele há três meses, pedindo a Deus que eu chegue lá no hospital e ele tenha acordado. Só quem tem esse poder é Ele”, comentou o filho do músico.

História

José Domingos de Moraes, o Dominguinhos, de 72 anos, é natural de Garanhuns, no Agreste de Pernambuco. Conheceu Luiz Gonzaga com oito anos de idade. Aos 13 anos, morando no Rio de Janeiro, ganhou a primeira sanfona do Rei do Baião, que três anos mais tarde o consagrou como herdeiro artístico.

Instrumentista, cantor e compositor, em 2002 ganhou o Grammy Latino com o CD "Chegando de Mansinho". Ao longo da carreira, fez parcerias de sucesso com Gilberto Gil, Chico Buarque, Anastácia, Djavan, entre outros. Atualmente, Dominguinhos é considerado o sanfoneiro mais importante do país.

Crítico

Dominguinhos disse ao G1, em entrevista durante o São João de Campina Grande (PB) em 2008, que "forró é igual ao rock porque não deixa ninguém parado". Ele provocou polêmica ao comentar o recente sucesso do chamado forró eletrônico. “Não dá pra dizer que aquilo é forró. Eles deveriam tentar se intitular de outra forma, porque aquilo não tem nada de forró. Não tem identidade. É uma grande mentira”, disse o sanfoneiro à época.
Ele citou o exemplo das letras das músicas que se tornaram hit do São João pernambucano e paraibano, como ‘Chupa que é de uva’, do Aviões do Forró, e ‘Senta que é de menta’, do Cavaleiros do Forró. “É tudo muito apelativo e descartável. Eu critico a qualidade musical. As letras são péssimas e falam muita bobagem. É tudo anti-musical”, disse o músico.

Fonte: G1
Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais