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Benigno nega tortura em depoimento e diz que "a casa caiu" para o vice

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O promotor Benigno Filho acompanhou o depoimento de Joaquim Pereira Neto prestado ao Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco) e negou que o depoimento tenha sido colhido sob tortura, como denunciou o advogado do preso, Joaquim Cipriano. Em entrevista ao Jornal do Piauí, Benigno afirmou ainda que "a casa caiu" para o vice-prefeito Francimar Pereira, acusado de ser o mandante do assassinato do ex-vereador Emídio Reis.


Benigno explica que não é o promotor natural de acompanhamento da ação penal. Porém, foi convidado pelo delegado geral de polícia James Guerra para acompanhar o depoimento, já que o preso havia solicitado e não gostaria de advogado que tivesse ligações nem com o prefeito nem com o vice.

O promotor afirma que o depoimento foi colhido sem tortura e sem constrangimento para Joaquim e ele acabou entregando fatos que incriminam o vice-prefeito. O advogado afirmou ainda que Joaquim teria problemas mentais.


"Sou promotor de muitos anos e fui delegado de polícia com muita honra e eu desafio esse cidadão [o advogado] a mostrar qualquer pessoa que tenha sido torturada na minha presença. Eu estando presente supre o advogado porque eu estou lá em nome da lei. Quando ele terminou o depoimento eu perguntei: "Você quer ligar para sua família?" Ele disse que sim. Eu disse para ele ligar para a mulher. Ele disse que ligaria para o telefone da cunhada e sabia o numero decorado. Esse homem não é louco. Ele fez a ligação e disse: "O delegado que está comigo agora é aquele que tem uma mancha no rosto, aquele mesmo que esteve comigo." E disse: "Diga para minha família que eu estou preso porque sei demais. Não houve constrangimento para ele. Foi oferecido lanche, depois que ele fez a ligação. Ele disse que não queria advogado nem do lado do prefeito nem do vice e ainda disse: "Dentro do meu cofre tem uma importância x em dinheiro, quero que contrate um advogado", contou o promotor. 

Benigno ainda criticou a atuação do advogado Joaquim Cipriano e afirmou que poderá entrar com representação na OAB. "Se ele realmente for advogado, vamos entrar com representação na OAB. Não aceito esse tipo de insinuações com a minha pessoa. Sou um promotor de justiça", completou Benigno.

Vice-prefeito acusado

O promotor afirmou também que os indícios contra o vice-prefeito Francimar Pereira, acusado de ser o mandante do crime, são fortes. "A essa altura já vamos entrar na fase do contraditório, é muito precipitado dizer quem vai pegar qual pena. O autor intelectual eu diria hoje que é o Francimar com o escudeiro dele, o Joaquim. A casa caiu para o vice. Chega ao ponto de tanta confiança que ele manda o Joaquim trocar o cheque no banco de um valor alto como esse que o caixa não questionou. Quer dizer, já era costume do Francimar fazer essas transações através do Joaquim", afirmou.


Benigno deixou claro também que, até o momento, nada foi provado em relação ao possível envolvimento do prefeito José Neci com o crime. Apenas em duas oportunidades o nome do prefeito é tocado.

"Que fique claro que Joaquim jamais disse que recebeu qualquer ligação ou fez qualquer ligação ao prefeito. Ele só faz menção que a reunião do dia 23 foi na fazenda do prefeito e que o prefeito ouviu quando o vice disse que o Virgílio faria o serviço. Todas as ligações do Joaquim são através do Francimar e do Antonio Virgílio", esclareceu.

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Leilane Nunes

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