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Pressão cresce e ameaça poder de Marin na CBF

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As declarações de Ronaldo - membro do Comitê Organizador Local da Copa de 2014 - que em entrevista ao "O Globo" defendeu a saída de José Maria Marin da presidência da CBF, intensificaram a movimentação dos que vêm pedindo a mudança de comando das duas entidades. 


Nos últimos meses, o desgaste do cartola tem se acentuado principalmente pela ligação de seu nome com a prisão e morte do jornalista Vladimir Herzog, durante a ditadura militar, e a divulgação de fitas gravadas em que ele critica o ministro do Esporte Aldo Rebelo, afirmando que ele não tem poder e nada decide no governo.

No próximo dia 19, os presidentes das 27 federações estaduais estão convocados a participarem de uma assembleia geral da CBF. Foi num evento como esse que Ricardo Teixeira, pressionado pelas denúncias de corrupção e sem apoio do governo brasileiro ou da Fifa, anunciou a sua renúncia, abrindo caminho para a ascensão de Marin. 

Um presidente de Federação ouvido pelo LANCE!Net afirma que "ainda é prematuro julgar que alguma coisa semelhante possa ocorrer agora", mas admite que as pressões em torno do presidente da CBF e do COL estão crescendo "além do esperado para um período de véspera de Copa das Confederações".

Por mais que não haja sinais claros de uma oposição a Marin na CBF, a situação do cartola já não é tão cômoda. Há algumas semanas, o presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Evandro Barros Carvalho, tentou articular uma carta desagravo em favor do presidente, no mesmo momento em que crescia o movimento "Fora, Marin", patrocinado pelo deputado Romário (PSB-RJ), presidente da Comissão de Esporte e Turismo da Câmara. A falta de apoio dos colegas presidentes de federações, contudo, fez Carvalho desistir da ideia e a carta sequer chegou a ser redigida.

Romário tem sido peça chave na campanha contra Marin. O ex-jogador não poupa críticas ao andamento das obras de preparação para a Copa de 2014, atribuindo ao COL e à gestão de Marin boa parte dos problemas que, segundo ele, podem comprometer o evento e a credibilidade do país no exterior. 

Em outra frente, o deputado e o filho de Herzog, Ivo, entregaram na segunda-feira passada na sede da CBF uma petição intitulada "Fora, Marin", pedindo a saída do dirigente com o apoio de 54 mil assinaturas coletadas na Intenet.

O mesmo presidente de federação ouvido pelo LANCE!Net - e que faz questão de dizer que não é a favor da destituição de Marin - diz que "essa briga política" pode ser considerada hoje a maior ameaça à sobrevivência de Marin no COL e na CBF:

- O presidente abriu o leque de seus inimigos. Não estão apenas dentro do esporte, esse pessoal ligado aos direitos humanos e à luta contra os efeitos da ditadura é muito mais ativo. Eles são mais mobilizadores e gritam mais alto.

Na avaliação desse dirigente, isso pode aumentar as pressões do governo federal - já insatisfeito com o imobilismo do COL e as críticas a Aldo - e levar uma aliança com a Fifa para destituir Marin da organização da Copa de 2014.


Fonte: Lancenet

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