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Estudo inglês relata falhas em relatório de interdição do Engenhão

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A Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (Abece) divulgou um novo relatório com análise independente de outra companhia sobre a interdição do Engenhão. De acordo com o estudo inglês da Building Research Establishment Ltd (BRE), os resultados da Rowan Williams Davies & Irwin Inc. (RWDI), do Canadá, são mais críveis do que os da Wacker, outra alemã contratada pela  Schlaich, Bergermann und Partner (SBP).


"Em face das considerações efetuadas em nosso relatório, acreditamos mais nos resultados dos testes realizados pela RWDI 2004 do que nos resultados dos testes realizados pela Wacker 2012", diz um trecho do relatório da BRE, segundo o Globoesporte.com.

Em um relatório de 25 páginas, o estudo inglês coloca em dúvida as análises feitas pela empresa alemã e por isso a Abrece pedirá uma nova revisão do material da SBP.

A grande divergência entre os dois cálculos se refere à segurança da estrutura em caso de ventos muito fortes no Rio de Janeiro. Segundo a RWDI, há riscos - mas não de colapso - somente com ventos acima de 115 km/h. Entretanto, de acordo com o parecer da SBP, há perigo se os ventos atingirem 63 km/h.

Segundo o projetista do Engenhão, Flávio D´Alambert, o novo relatório deixa falhas de avaliação dos alemães.

"Fica claro que houve grande equívoco na avaliação da ação do vento, comprovado pelo relatório da certificadora inglesa. Na prática havia algo estranho, pois em pesquisa constatei uma média de 40 eventos anuais com ventos de rajada superiores a 60 km/h, sendo que nos últimos 90 dias foram seis casos na cidade do Rio de Janeiro, tendo no dia 9 de março sido registrado 106 km/hora e no dia de hoje (segunda-feira) 96 km/h. Portanto a conclusão de que o vento considerado no projeto original estava errado não tem fundamento teórico e tampouco prático", diz na matéria o projetista da cobertura do Engenhão.

Os ingleses da BRE supõem que houve erros no relatórios da SBP.

"Os resultados deste exercício sugerem que deve ter havido algo errado no método de correlação usado pela Wacker. 1) As cargas da Wacker parecem não ter sido corretamente distribuídas sobre toda a área da cobertura do estádio; 2) A análise da RWDI levou em conta o efeito do vento direcionalmente, enquanto a análise da Wacker não o fez; 3) Um limiar de carga não especificado (e na minha opinião injustificado) foi adicionado aos resultados dos testes da Wacker. Por isso não é surpresa ocorrerem grandes diferenças nos limites de vento", diz um trecho do estudo inglês.

"Tenho um questionamento secundário sobre o relativamente menor modelo em escala usado no teste da RWDI. No que diz respeito ao teste da Wacker, tenho preocupações mais significativas. Falo sobre o fato de o modelo não ter sido testado com os prédios do entorno posicionados", relata outra parte do estudo inglês, referindo-se às maquetes testadas em túnel de vento por canadenses e alemães.


Fonte: GOAL
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