O piauiense que balançou as estruturas do Governo Federal há sete anos dá novos passos para retomar uma vida normal. Francenildo dos Santos Costa, 32 anos, está prestes a concluir o ensino médio, tirou carteira de habilitação, virou pai e agora torce por uma decisão da Justiça para ganhar uma indenização. Tudo isso depois de depor contra e ajudar a derrubar o então ministro da Fazenda, Antônio Palocci.

Reportagem do jornal O Globo deste domingo (2) entrevistou o piauiense, que fará provas de matemática e português nos próximos dias, concluindo o curso de educação de jovens e adultos. 

"Para calar a boca de muita gente que ficava falando que eu era um simples caseiro. E também porque, hoje em dia, para ter serviço bom, você tem que ter estudo. Se não, você não tem nada", declarou o caseiro ao periódico. 

Em 2006, Francenildo afirmou ter visto Palocci em uma mansão de encontro de negócios em Brasília (DF). O ministro negava ter ido. O sigilo bancário do caseiro foi quebrado para apurar se o mesmo teria recebido dinheiro da oposição para fazer a denúncia. Porém, o piauiense alega que o depósito foi feito por seu pai biológico, um empresário de transporte coletivo de Teresina (PI).

Francenildo decidiu processar a Caixa Econômica Federal e aguarda ser indenizado pela quebra do sigilo bancário. O banco espera decisão da Justiça para se posicionar perante a imprensa. Em 2010, houve decisão favorável ao piauiense no valor de R$ 500 mil. Tanto ele como o banco recorreram. 

Enquanto isso, o caseiro trabalha como antes. É diarista em duas casas do Lago Sul, em Brasília. Pai de uma filha de dois anos e cinco meses, Francenildo vice com a mulher e mais um filho em uma casa alugada. Conseguiu tirar carteira de habilitação e comprou um Gol 1996 por R$ 8,5 mil, parcelado.