Cidadeverde.com

Sesapi confirma dez casos de malária no interior do Piauí

Imprimir
Equipes da Secretaria de Estado da Saúde estão há duas semanas na cidade de Campo Largo do Piauí, investigando os casos suspeitos de malária que apareceram no município. Do dia 20 de maio até agora, 50 casos foram notificados, destes, dez já foram confirmados. A maioria do sexo masculino.

“Montamos um laboratório em Campo Largo. Estamos colhendo amostras, visitando casa por casa em busca de sintomáticos. Lá estão sendo feitos os exames e o tratamento da doença”, afirma a coordenadora de epidemiologia da Sesapi, Amélia Costa.


O tratamento é feito através dos medicamentos Mefloquina e Artesunato, que já foram enviados pela Sesapi. Os casos não estão concentrados apenas na zona urbana. As localidades Vermelha e Carnaúba também registraram notificações. “Borrifamos 276 casas na região. Foram colhidas 194 lâminas de casos suspeitos”, declara.

Segundo a coordenadora, nas amostras confirmadas com malária foram encontrados o Plasmodium vivax, um dos protozoários causadores da doença. A transmissão se dá através das fêmeas de alguns mosquitos do gênero Anopheles.

“Muitos moradores de Campo Largo trabalham em garimpos na região Norte e até fora do país. Quando eles adoecem por lá são mandados de volta para fazer o tratamento. Se o mosquito picar uma pessoa contaminada termina por espalhar a doença”, explica Amélia.

A coordenadora chama atenção para o ambiente úmido da região, já que é rico em lagoas. O mosquito costuma picar entre 18h e 20h. “Geralmente quando os trabalhadores estão voltando da lavoura tomam banho nas lagoas e terminam sendo picados. Até a transmissão ser controlada, o ideal é evitar este tipo de banho”, afirma.

Em 2008 foram confirmados 100 casos da doença em Campo Largo.

Malária
1. O que é a malária?
A malária é uma doença infecciosa febril aguda cujo agente etiológico é um parasito do gênero Plasmodium. A transmissão natural da malária ocorre por meio da picada da fêmea infectada do mosquito do gênero Anopheles, que se infecta ao sugar o sangue de um doente. Malária humana é uma doença, que se não for tratada, poderá evoluir rapidamente para a forma grave e complicada. Essa doença também é conhecida como impaludismo, paludismo, febre palustre, febre intermitente, febre terçã benigna, febre terçã maligna, além de nomes populares como maleita, sezão, tremedeira, batedeira ou febre.

2. Malária – quando suspeitar?
As pessoas infectadas podem apresentar sinais e sintomas inespecíficos como: dor de cabeça, dor no corpo, fraqueza, febre alta e calafrios. Em geral, esses quadros são acompanhados por dor abdominal, dor nas costas, tontura, náuseas e vômitos. As gestantes, as crianças e as pessoas infectadas pela primeira vez estão sujeitas a maior gravidade da doença, principalmente por infecções pelo P. falciparum, que, se não tratadas adequadamente e em tempo hábil, podem ser letais.
 
3. Como se diagnostica e trata a malária?
A malária é uma doença que tem cura e o tratamento é eficaz, simples e gratuito, mas pode evoluir para suas formas graves em poucos dias se não for diagnosticada e tratada de forma rápida e adequada, principalmente nas infecções causadas por P. falciparum. Uma vez que os sinais e sintomas provocados pelo Plasmodium são inespecíficos, o diagnóstico clínico da malária não é preciso, pois outras doenças febris agudas podem apresentar manifestações clínicas semelhantes, tais como a dengue, a febre amarela, a leptospirose, a febre tifóide e muitas outras. Dessa forma, a tomada de decisão de tratar um paciente por malária deve ser baseada na confirmação laboratorial da doença.

O diagnóstico precoce e o tratamento adequado e oportuno da malária são hoje as principais medidas para o controle da doença. 

 Orientações para o tratamento: 

- Tome todos os comprimidos recebidos, de acordo com a orientação dada pelo profissional de saúde; 
- Não interrompa o tratamento mesmo que os sintomas desapareçam;
- Alimente-se normalmente;
- Evite tomar o remédio em jejum;
- Conserve os medicamentos em local seco e seguro;
- Não dê e nem troque o remédio com ninguém;
- Evite uso de bebidas alcoólicas durante o tratamento;

Cidadão, não se esqueça de procurar orientação na unidade de saúde mais próxima, caso a febre não desapareça nos primeiros 3 dias de tratamento.

4.  Como se prevenir:
Malária: o importante é evitar!
Considerando que ainda não existe uma vacina disponível contra a malária, as medidas de proteção individual são as formas mais efetivas para prevenção.

Lembre-se: O horário de maior atividade do mosquito transmissor da malária é do pôr-do-sol ao amanhecer.

As medidas de proteção individual contra picadas de insetos devem sempre ser utilizadas, principalmente nas áreas de risco de contrair malária. Essas medidas são:

1) Uso de roupas claras, camisas com manga longa e calças compridas, durante atividades de exposição elevada;
2) Uso de telas nas portas e janelas, e ar condicionado;
3) Uso de mosquiteiro impregnado com inseticida (piretróides); e
4) Uso de repelente a base de DEET (N-N-dietilmetatoluamida) que deve ser aplicado nas áreas expostas da pele seguindo a orientação do fabricante sobre o prazo para reaplicação do produto.

Obs. Em crianças menores de 2 anos de idade não é recomendado o uso de repelente sem orientação médica. Para crianças entre 2 e 12 anos usar concentrações em até 10% de DEET, no máximo três vezes ao dia, evitando-se o uso prolongado.


Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais