O Centro de Valorização à Vida de Teresina atende uma média de 15 pessoas diariamente com problemas de depressão e suicidas em potencial. Segundo o coordenador da entidade, Eyder Martins, o atendimento é uma situação de emergência e muitas vezes evita que a pessoa cometa o suicídio.
Wilson Filho/Cidadeverde.com
"Eu mesmo já atendi dois casos em que as pessoas estavam pretendendo cometer suicídio e depois de cerca de duas horas de conversa eu acredito que consegui demovê-las da ideia", comentou Eyder Martins, em entrevista ao Jornal do Piauí.
O coordenador comentou ainda sobre os casos do jovem que cometeu suicídio neste domingo (09), após postar em sua página no Facebook que havia falecido.
Eyder explica que o suicida em potencial, no geral, é uma pessoa que tem crises de depressão e expressa comportamentos que seguem certo padrão. É importante que familiares e amigos prestem atenção para tentar ajudar. "As pessoas próximas devem prestar atenção aos sinais que ela demonstra. A pessoa está deprimida e não tem a confiança necessária para desabafar porque pensa que vai ser recriminada. Os problemas que geram o conflito geralmente são, geralmente, dentro da família e por isso a pessoa não tem com quem desabafar", afirmou.
O atendimento no CVV é feito por telefone, através do número 3222-0000, ou pessoalmente, no prédio da Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social, atraz da prefeitura.
Por telefone, o atendimento funciona na parte da tarde e a noite. "As pessoas geralmente estão deprimidas e angustiadas e depois da conversa ela se sente acolhida e aliviada. Nossa ajuda é emergencial e paliativa. A maioria das ligações são de madrugada, quando a pessoa não tem condição de ir ao médico, ao psicólogo. O trabalho é mais de prevenção ao suicídio. A conversa não é gravada, não tem bina e a gente não anota número", disse.
O CVV sofre dificuldades para arregimentar voluntários. Eyder explicou que o trabalho é para atendimento por telefone, mas a pessoa não precisa ter conhecimentos na área de Psicologia porque ela passa por um treinamento. Os pré-requisitos são apenas ter mais de 18 anos e ser alfabetizado.
Leilane Nunes
