O geólogo Ronildo Castelo Branco afirmou que o desabamento da obra do shopping Rio Poty não tem relação com o afundamento da rua Francisco Mendes, que aconteceu em 2008. O especialista confirmou ainda que em Teresina há áreas onde existem falhamentos, especialmente por causa da formação de calcários, mas garantiu que a engenharia tem recursos para "conviver" com o problema.
Fotos: Péricles Mendel / Cidadeverde.com
"Existe a falha Sobral Pedro II, que vai do Piauí ao Ceará e em torno dela existem pequenos falhamentos contínuos. Em Teresina, existe a Pedra de Fogo, com a passagem da água, o calcário se dissolve e forma fendas e até cavernas na região entre rios. Entretanto, se houve um estudo de solo bem feito, a engenharia pode conviver muito bem com esse tipo de problema. Temos recursos e mecanismos para identificar essas camadas", enfatizou o geólogo.
Afundamento da rua Francisco Mendes causou rachaduras no asfalto e em casas
Ronildo explicou que o afundamento da rua Francisco Mendes foi causado pelo rompimento de uma tubulação. "Essa água ficou por muito tempo no subsolo, infiltrou e provocou a rachadura. Asfalto, calçamento e casas ruíram por causa disso, o solo cedeu", detalhou o especialista, que trabalhou no estudo do caso em 2008.
Apesar da construção do shopping Rio Poty ser em uma área de lagoa, o geólogo ressaltou que há outras construções em Teresina que também foram feitas com essa característica e que não representam perigo. "Qualquer avaliação que se faça agora é precoce. É preciso a perícia de uma equipe multidisciplinar para dizer o que houve. Não se pode dizer se houve ou não falha na fundação da obra", declarou.
O relatório sobre o afundamento da rua Francisco Mendes, localizada no Cabral, mesmo bairro onde está sendo construído o shopping Rio Poty, levou 90 dias para ser concluído. "Acredito que nesse caso do desabamento seja preciso mais tempo porque a obra tinha vários pavimentos", finalizou.
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Jordana Cury