Ao decidir produzir um remake de "Carrossel", Silvio Santos descobriu, sem querer, um novo filão: os folhetins infantis.
Na estreia da nova versão de "Chiquititas", a produção repetiu a mesma fórmula das crianças da Escola Mundial. Em suas virtudes e seus defeitos.
Mais uma vez, o elenco infantil dá um banho nos veteranos. Os atores mais experientes parecem ter dificuldade em encontrar o tom exato de seus personagens em um projeto voltado para as crianças.
A direção deixou a desejar nas sequências com as meninas do orfanato ainda bastante regular. Giulia Garcia, intérprete da ruivinha Ana, é quem teve o desempenho mais sofrível em cena por conta do tom canastrão que seu papel pede - e ela ainda não encontrou.
Falando nos "orfãos", todos eles lembram bastante os atores da primeira versão no quesito aparência física.
Já a equipe de Íris Abravanel melhorou muito ao criar o roteiro, mas ainda apresenta diálogos fracos. Aliás, a autora criou uma nova novela, com novos cenários e personagens. Apenas o perfil das protagonistas foram mantidos.
O novo Raio de Luz é grandioso, mais lúdico e colorido. Somente o cenário da Cafeteria decepciona - principalmente se comparado ao orfanato.
A produção acertou ao não mexer nas clássicas músicas da trama que viraram febre no final da década de 1990. Nostálgicos, os internautas bombardearam as redes sociais cada vez que a nova versão de uma antiga canção era apresentada.
Para criar um suspense, a direção exibiu quase no final o primeiro e único clipe da estreia. A edição não conseguiu suavizar o fato de que as meninas precisam se dedicar mais aos ensaios das coreografias. Nesse tipo de folhetim, os vídeos são tão importantes quanto o texto.
O ponto alto do projeto ficou para o fim. A tão esperada abertura ao som de "Remexe" fechou o primeiro capítulo com um show à parte. A vinheta é tão bem feita que nem parece ter sido desenvolvida pela turma do Anhanguera. A ideia de mostrar o poder da imaginação das crianças casou perfeitamente com a proposta da novelinha.
Para fechar com chave de ouro, a equipe manteve a antológica coreografia com as estrelas mirins no refrão e ainda colocou o elenco adulto para formar uma banda fictícia.
Resultado: o tiro foi certeiro. Assim que entrou no ar, "Chiquititas" inflou a audiência do SBT, ultrapassou a Record e conquistou a vice-liderança com 13 pontos no Ibope. Provando que tudo se transforma com magia quando o assunto é o fiel público infantil que vinha sendo deixado de lado pela TV aberta.
Os baixinhos também acordaram...
Fonte: Msn