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Parte do cachê pago à CBF por amistosos era desviada

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Parte do dinheiro pago à CBF por times de todo o mundo como cachê para enfrentar a seleção não era depositada em contas no País, mas foi direcionada para empresas com sede nos Estados Unidos, registradas em nome de Sandro Rosell, atual presidente do Barcelona, ex-representante da Nike no Brasil e amigo pessoal de Ricardo Teixeira. A prática, segundo documentos e fontes consultados com exclusividade pelo ‘Estado’, teria marcado a gestão de Teixeira na CBF a partir de 2006.


Nos últimos anos, a realização de amistosos tem sido a principal fonte de entrada de recursos de federações de futebol. No caso do Brasil, o fato de ter sido campeão em 2002, vice em 1998 e único time pentacampeão do mundo permitiu que a CBF e seus agentes aumentassem o valor do cachê para atuar pelo mundo.

Do Gabão a Hong Kong, passando pela Estônia ou Zimbábue, a seleção percorreu o mundo cobrando pelo menos US$ 1 milhão por amistoso. O detentor do direito de organizar os jogos é, desde 2006, a ISE, empresa com sede nas Ilhas Cayman.

Mas, segundo pessoas envolvidas com o pagamento desses cachês, nem todo o dinheiro que saía das federações estrangeiras, direitos de imagem ou governos de outros países era enviado ao Brasil. O destino eram contas nos EUA.

Um pré-contrato obtido pelo Estado mostra que a ISE fechou um acordo para negociar 24 amistosos com a empresa Uptrend Development LLC, com sede em Nova Jersey, nos EUA. Em nome da empresa nos Estados Unidos, a assinatura é de Alexandre R. Feliu, o nome oficial de Sandro Rosell Feliu.

O esquema funcionava da seguinte forma: a partir de cada jogo, eram repassados para a ISE como lucros da partida cerca de US$ 1,6 milhão. Desse total, US$ 1,1 milhão seguia de volta para a CBF como pagamento pelo cachê. Mas o restante – cerca de US$ 500 mil – não era contabilizado para a entidade. Pelo contrato obtido pelo Estado, US$ 450 mil seriam encaminhados para contas nos EUA, em uma empresa de propriedade de Rosell.

No total, o contrato aponta que, por 24 jogos, o valor previsto para o pagamento seria de 8,3 milhões de euros (US$ 10,9 milhões) para a empresa nos EUA. Dividido por 24 jogos, esse valor seria de US$ 450 mil.


Fonte: Estadão

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