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Crianças assistem aula no chão e pia serve de mesa em escolas do PI

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Vereadores do município de Curimatá, a 775 km de Teresina, flagraram as péssimas condições em que crianças, até o Ensino Fundamental, estudam nas escolas da zona rural do município. Durante inspeção, realizada na semana passada, foram registrados salas de aula sem carteiras escolares e crianças assistindo aula no chão, livros didáticos abandonados em um aparelho sanitário, banheiros desativados e uma pia que era utilizada como uma mesa para o professor. 



De acordo com a vereadora Alba Regina Jacobina, a realidade foi diagnosticada nas escolas Raimundo Nonato de Carvalho, Manuel Leite Santana e Melquíades Pereira Pinto. 




"É uma situação lamentável. Crianças assistem aula no chão porque não existem cadeiras e algumas que conseguimos ver ainda estão quebradas. Não existem bebedouros e nem água encanada. As crianças fazem as necessidades fisiológicas no meio do mato. Em duas destas escolas funciona o programa Mais Educação, sem estrutura alguma", destaca. 

Na inspeção, que ocorrerá também em outras escolas, os vereadores presenciaram ainda alimentos que, supostamente, seriam utilizados na merenda escolar armazenados com materiais de limpeza, gêneros alimentícios com o prazo de validade vencidos e a água oferecida para as crianças armazenada de forma inadequada. 


O advogado da Câmara Municipal de Curimatá, Valdecir Júnior, destaca também que representantes do Ministério Público, inclusive já acionaram o prefeito Reidan Kleber Maia de Oliveira (PMDB) que alegou que os recursos destinados à Educação são insuficientes.

"A prefeitura recebe quase R$ 500 mil por mês para investir na Educação e não conseguimos ver onde o dinheiro está sendo investido", destaca Valdecir Júnior.

Em entrevista ao Cidadeverde.com, a secretária de Educação de Curimatá, Helena Kênia, revelou que desconhece algumas das denúncias apontadas pelos vereadores e que, dentro das prioridades, está buscando solucionar os diversos problemas de escolas das zonas rural e urbana. 

"Desconheço que existam alimentos vencidos para serem utilizados na merenda e, de toda forma, alguns alimentos que apresentem insetos são trocados no mercado. A equipe de vigilância sanitária acompanha todas as escolas e temos, inclusive, uma nutricionista responsável pela qualidade da merenda", explica a secretária. 


Helena Kênia assume ainda que a pia era utilizada como mesa para o professor, mas que as crianças assistem aula no chão por opção.


"As crianças não ficam no chão por falta de cadeiras, é uma opção do professor, pois no município só temos aquelas cadeiras grandes com braço. A pia estava na escola desde a gestão passada, mas já mandamos retirar. Os livros dentro do aparelho sanitário também não são de agora", reitera. 

A secretaria destaca também que os recursos são insuficientes para gerir a Educação com mais qualidade e que, aos poucos, está reorganizando a pasta. 

"Os recursos são muito variáveis e estamos dando prioridade, neste primeiro momento, a pagamento da folha que ultrapassa R$ 400 mil. O mês de julho acabamos de pagar agora. Por exemplo, apenas em algumas escolas não temos bebedouros, mas antes o fogão para preparar a alimentação era a lenha e hoje a realidade é outra", finaliza Helena Kênia.

Prefeito

Procurado pelo Cidadeverde.com, o prefeito de Curimatá, Reidan Kleber Maia de Oliveira (PMDB), reforçou que as denúncias feitas pelos vereadores, são questões de oposição política e não o que realmente vivem os estudantes do município. "Eu vejo mais questões politiqueiras na verdade. Eu pessoalmente visitei a escola denunciada hoje pela manhã e o que eu presenciei foi que se realmente existiu algo que eles denunciaram, não existe mais", afirmou o gestor.


Segundo o prefeito a pia que aparece nas fotos, pode ter sido colocada no local apenas para a fotografia. "Procurei a diretora, a merendeira, estava tudo funcionando. Aquela pia quem colocou pode ter sido por maldade", disse Reidan Kleber.

O gestor explica que a escola é antiga e que é motivo de preocupação da prefeitura. "Lá detextamos que até o piso precisa ser melhorado, a escola tem mais de 30 anos e vem se arrastanto por muito tempo sem ser reformada. Vamos tentar melhorar. Não havia transporte até lá, agora já tem, estamos avançando ainda mais por melhorias", acrescentou o prefeito.

Críticas à Câmara

Reidan Kleber, criticou ainda a postura dos vereadores da Câmara, que segundo ele estão atrasando a votação de projetos enviados pela prefeitura.

"Eu vejo que é uma questão de maldade, eles tem que fazer uma oposição correta. Quem perde não é o prefeito Reidan e sim a população do município", concluiu o prefeito.


Graciane Sousa (Especial para o Cidadeverde.com)
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