A administração do esporte brasileiro tem perspectivas de grandes mudanças, via decisões da Justiça e do Legislativo. Nos meses mais recentes a imprensa dedicou espaços para a divulgação de importantes decisões do Poder Judiciário, com destaque para:

Houve a intervenção na Federação Mineira de Futebol. Ao analisar os autos do processo, o desembargador Newton Teixeira Carvalho manteve a decisão da Sexta Vara Cível e o seu voto foi seguido por outros desembargadores, mantendo a intervenção anteriormente decretada. Na denúncia do Ministério Público contra o dirigente Paulo Schettino constava inclusive acusação de organizar uma reunião manipulada tendo em vista sua reeleição, além de outras irregularidades.

Foi decretada intervenção no Sporte Clube Bahia, com o afastamento de toda a diretoria do tricolor baiano. Neste sábado (7) será realizada a eleição da nova diretoria. Três candidatos concorrerão à presidência.

O Ministério Público manifestou-se favorável a intervenção na Associação da Imprensa Esportiva, que foi determinada pela Quinta Vara Cível. Posteriormente a intervenção foi confirmada pelo Desembargador Fernando de Carvalho Mendes. A entidade era propriedade privada de umas 4 pessoas há 17 anos e 6 meses.

O ex-presidente do Flamengo, Edmundo dos Santos Silva, que foi afastado por impeachiment,foi condenado a devolver ao clube 18 milhões e 700 mil reais, pela Quarta Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. O ex-dirigente é acusado de irregularidades em prestações de contas e venda de jogadores.

Foi aprovado no Senado Federal um projeto que impede que presidentes de entidades esportivas sejam reeleitos mais de uma vez e limita mantos a quatro anos. Cônjuges e parentes de até segundo grau do dirigente eleito também não poderão concorrer a eleição.

O autor do projeto, Senador Cássio Cunha Lima (PSDB da Paraíba), declarou:   

"Há 30 anos a gente tentava aprovar propostas semelhantes, mas a bancada da bola não deixava. Essa proposta moraliza, dá transparência e assegura um revezamento no comando das entidades. Espero que agora a Câmara faça a sua parte".

Em recente Simpósio do futebol em São Paulo, Raí(ex-jogador do São Paulo e da Seleção Brasileira) e Paulo André(jogador do Corinthians) colocaram o assunto reeleições em discussão.

O esporte brasileiro está cheio de dirigentes em clubes, federações e confederações com 15, 20, 25, 30 até 40 anos de mandatos. Um absurdo.

E agora Romário e Maradona entraram na luta pela moralização do futebol em toda a América do Sul. Está passando da hora de conselheiros, torcedores, jogadores, ex-jogadores e imprensa esportiva irem à luta contra os "donos" do nosso esporte. É assim que eles "administram" clubes, federações, confederações e até associações e sindicatos.