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Polícia quer ouvir viúva de Champignom

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O delegado Danilo Alexiades do 89º Distrito Policial de São Paulo, responsável pelo inquérito sobre a morte de Luiz Carlos Leão Duarte Júnior, o Champignon, afirmou na manhã desta quarta-feira (11) que quer ouvir a mulher do músico, Cláudia Bossle Campos, para saber se ele tinha depressão e descrever como encontrou o marido morto no último dia 5.


Para a Polícia Civil, Champignon se matou ao atirar com uma pistola 380 contra a própria cabeça após discutir com Cláudia, grávida de cinco meses. O corpo do artista foi encontrado no escritório do apartamento onde morava com a mulher, na Zona Sul.

"Quero perguntar para a mulher se ela notou Champignon depressivo e para que dê detalhes do suicídio, como ela encontrou o corpo", Alexiades. "A tese da investigação continua sendo suicídio e o inquérito deverá ser concluído nesse sentido", completou.

Cláudia deveria depor na manhã desta quarta, mas "ficou assustada" ao ver muitos jornalistas na porta da delegacia e desistiu, segundo o delegado.

As investigações mostram, segundo Alexiades, que diversos problemas causaram depressão e levaram Champignon ao suicídio. “Para a investigação, uma depressão ou uma tristeza profunda levaram ao suicídio”, disse Alexiades.

Ainda de acordo com o delegado, informalmente, a mulher comentou com policiais que discutiu com o marido antes da morte. Amigos também relataram à polícia que ele estava passando por problemas financeiros e se “sentia pressionado por ter substituído Chorão como vocalista da banda Charlie Brown Jr., hoje chamada de “A Banca”.

Champignon fez ao menos duas declarações de pobreza à Justiça. A alegação do músico é a de que ele não tinha condições financeiras para arcar com custos de processos por dívidas, a maioria por bens que adquiriu e não conseguiu pagar, nem dinheiro para pagar advogados para defendê-lo.

Levantamento do G1 feito com base em dados do site do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) mostra que o músico aparece em ao menos dez ações em fóruns de cidades como Santos, onde nasceu, São Vicente e na capital paulista. Em sete desses processos, o artista aparece como réu.

Até esta quarta-feira, dez pessoas foram ouvidas pela polícia, o zelador, o porteiro, o síndico, dois vizinhos, dois policiais militares, a irmã do músico e o casal que estava com Champignon e Cláudia em um restaurante de comida japonesa na noite da morte.

A polícia também deve ouvir a empresária da banda e avalia se chamará a ex-mulher de Champignon e os integrantes do grupo para prestarem depoimento.No final da manhã desta quarta, Alexiades e o delegado titular do 89º saíram da delegacia em um carro com a mãe de Cláudia.

Trajetória

Champignon tinha 35 anos e nasceu em Santos, litoral paulista. O músico lançou vários discos com a banda Charlie Brown Jr, que deixou em 2005, após brigas com o vocalista Alexandre Magno Abrão, o Chorão. Nessa época, participou de outros projetos, como o grupo Nove Mil Anjos, que tinha Junior Lima (irmão de Sandy) na bateria.

Em 2011, Champignon retornou ao Charlie Brown Jr. e fez com que a banda voltasse a contar com a presença dos quatro integrantes da formação original de 1992: Marcão, Champignon, Chorão e Thiago Castanho, além do baterista Bruno Graveto, que passou a integrar o grupo em 2008.

Após a morte de Chorão, em 6 de março deste ano, os membros do Charlie Brown lançaram a banda "A Banca", que tinha Champignon como vocalista.

A próxima apresentação do grupo seria no dia 21 de setembro em Recife, Pernambuco, com a turnê “Chorão Eterno”, show que homenageava além de Chorão, toda a trajetória da banda Charlie Brown Jr.

Duas perdas no mesmo ano

Em 2013, Champignon perdeu dois companheiros de banda entre março e maio: o parceiro Chorão e o guitarrista Peu Sousa, ex-colega de Nove Mil Anjos, encontrado morto em maio em sua casa, no bairro de Itapuã, em Salvador.

Chorão morreu por overdose de cocaína, enquanto a morte de Peu foi provocada por suicídio, segundo informou na época a Polícia Civil da Bahia.

Ao G1, Champignon falou sobre as mortes no dia 6 de maio. "Os dois perderam a fé. Quando perdem a fé, perdem a vontade de viver. Foi mais um dia muito triste", disse o baixista.

"Eu acho que as pessoas, em algum momento da vida, perdem a fé. Independentemente se morrem por droga, ou enforcadas. Se perdem a vida sem culpa de ninguém, acredito que em algum momento perderam a fé", acrescentou.

Fonte: G1
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