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Governo quer preços menores nas bilheterias do futebol

Mesmo buscando acordos para garantir o acesso de torcedores de baixa renda nos estádios de futebol, o governo federal não planeja colocar dinheiro do próprio bolso para subsidiar os valores. Nesta quinta-feira, o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, se reuniu com representantes dos clubes para tentar encontrar um termo que permita preços menores nas bilheterias. A CBF e representantes de governos estaduais também compareceram ao encontro.


A ideia do governo é que as iniciativas seriam tomadas pelas equipes ou concessionárias de estádios brasileiros. Rebelo citou o caso do Corinthians, que poderá destinar 40% do espaço de sua arena para ingressos de até R$ 50. O ministro lembrou também o sucesso da política alemã de acesso de torcedores aos estádios do país a partir de valores reduzidos. Conforme estudo divulgado em 2012 pela Pluri Consultoria, o campeonato alemão tem a maior média de público do mundo, com cerca de 93% de ocupação dos estádios.

A Arena Minas, que teve representante no encontro, já havia informado nesta quarta-feira ao Estado que detém cerca de sete mil espaços nobres do Mineirão, com valores de acesso 20% mais altos que o ingresso mais caro cobrado pelo Cruzeiro, hoje em torno de R$ 160. Neste caso, qualquer alteração dependeria de ação do clube mineiro. O Cruzeiro, porém, informou que não pretende reduzir preços em virtude da necessidade de cobrir investimentos feitos neste ano para montar o time, que lidera o Campeonato Brasileiro. Representantes da Arena Minas e do consórcio Maracanã, inclusive, apresentaram dados apontando que não houve aumento abusivo nos preços praticados atualmente.

O vice-presidente do Conselho de Administração do Grêmio, Odorico Roman, afirmou que o clube  está preocupado em oferecer ingressos mais baratos aos torcedores. "É uma política nossa. Não tem sentido construir uma arena e jogar com estádio vazio", enfatizou. O ingresso mais caro na Arena, em Porto Alegre, custa R$ 160, mas sócios podem até mesmo acessar o espaço de graça ou pagar R$ 20 em outros setores. Roman também disse que não houve aumento abusivo nos valores e que alguns setores da Arena são mais baratos que o estádio Olímpico, antiga casa do Grêmio.

O vale-cultura também entrou na lista de discussões. Embora a medida do governo financie o acesso apenas a atividades culturais, Rebelo afirmou que foi discutida a legitimidade da proposta, a curto prazo, de o futebol fazer parte dos benefícios: "Foi cogitada apenas como ideia a ser amadurecida". Ministério, clubes e concessionárias voltam a se reunir em três semanas. 


Fonte: Estadão
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