O vereador Edilberto Borges, o Dudu do PT, questiona a proposta anunciada nesta segunda (14) pelo prefeito Firmino Filho (PSDB), em que a prefeitura assumiria os serviços de abastecimento e esgotamento de parte da cidade. Em debate no Jornal do Piauí, o vereador Tiago Vasconcelos se declarou a favor da proposta e Doutor Pessoa (PSD) afirmou que foi o autor da ideia.

O prefeito Firmino Filho quer dividir com a Agespisa a responsabilidade sobre a prestação dos serviços de saneamento na capital. Pela nova proposta do Executivo, a prefeitura criará a Companhia Municipal de Água e Esgotos e Teresina seria dividida em duas áreas: a área Entre Rios e a área Além Poti.

Para Dudu, a proposta está "confusa" e um dos principais pontos que o prefeito não explicou é de onde sairia o financiamento para o funcionamento do novo órgão. Além disso, o parlamentar questiona se não seria uma forma de privatizar a companhia e afirma que a proposta não poderá ser posta em prática em 2014. 

"Se o município não tem recurso para outras coisas emergenciais como ele alega, imagine. A Santa Maria da Codipi e o Dirceu representam a metade. A iniciativa privada entraria com R$ 1,9 bilhão. Estou achando estranha demais essa história. Há um contrato em vigência com a Agespisa. Quero é ver o contrato porque acho que tem uma coisa maquinada por trás. Acho que isso é sucatear a empresa pública, entrar com uma empresa privada. Então é uma privatização e a prefeitura vai ser sócia? Porque ela não diz de onde vem o recurso. O que tem lá de concreto é que a Agespisa está inoperante e a prefeitura está conivente ao tempo que não toma medidas que estão previstas, como multas e rompimento de contrato. Eu não sou a favor de romper. Eu desafio o prefeito chegar e mostrar onde funciona essa companhia. Se a prefeitura está com essa boa intenção, porque não cobra que a Agespisa cumpra o contrato? É zero a possibilidade de fazer para 2014. O Orçamento já está na Câmara e é R$ 2 bilhões para próximo ano", declarou.

Já o vereador Tiago Vasconcelos (PSB) explicou que a proposta mostra que o prefeito está preocupado com a precariedade da prestação do serviço e quer uma solução para o problema. 

"A prefeitura tendo autonomia ela delega. Precisamos de abastecimento de água e esgotamento. Se tiver que delegar eu sou favorável. Não é um bicho de sete cabeças. Se a Agespisa já admitiu que não tem condição de cumprir o contrato, se a prefeitura assumir o papel dela e chegar para a Câmara e disser que não tem recursos aquela lei de autoria do vereador Edvaldo Marques diz que somente será feita a delegação se passar pela Câmara porque nenhum custo pode ser repassado para a população", afirmou.

O vereador Doutor Pessoa (PSD) ressaltou que a proposta foi dada por ele ao prefeito na primeira reunião em que foi discutido o tema. "Eu não quero nem dizer que sou o pai da criança, mas antes de ter reunião com o Firmino minha opinião era essa. Se o bolo está grande para alguém, porque não divide? Na Agespisa, está comprovado que os gestores foram péssimos. Ninguém entrou ali com jumento que não saiu com cavalo de corrida, tirando a gestão do Freitas (Neto). Do jeito que está lá, com aquele fala mansa (Antonio Filho, presidente), que não tem determinação nenhuma para resolver, está difícil", opinou.

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Leilane Nunes

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