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"Não desejo esse cargo para nenhum inimigo meu", diz Robert

O secretário de Segurança do Estado, Robert Rios Magalhães, comentou hoje que não indicaria ninguém para lhe suceder no cargo. Em resposta a pergunta de telespectador durante o Jornal do Piauí, Robert assegurou que ser secretário de Segurança é o "pior emprego que existe no país". O gestor explicou também que não está encontrando resistências para implantar as medidas para retirada dos presos das delegacias de Teresina, tão pouco as medidas de unificação das polícias.

Raoni Barbosa/Revista Cidade Verde

"Tenho grande experiência na polícia, aprendi muito e tenha certeza que não sou secretário por minha vontade. Se fosse minha vontade seria um Pedro qualquer. Não desejo esse cargo para nenhum inimigo meu. Eu jamais indicarei ninguém. Não quero sentar no meu lugar nenhum amigo e nenhum inimigo. Secretário de Segurança é o pior emprego que tem no país com a droga se alastrando em todos os cantos. Todos os secretários do Brasil tem problemas de gastrite. Tem noite que recebo 10 telefonemas", declarou.

Respondendo a outro telespectador, Robert disse que tem frustrações porque ainda faltam melhorias na área. Porém, citou uma série de ações e obras ao longo dos 10 anos em que está à frente da pasta que, segundo ele, representam mais melhorias do que ocorreram no século anterior.


"Frustração a gente tem muito. Mas, se você olhar para trás e imaginar o que era há 10 anos, a Central de Flagrantes era uma caverna, o IML não tinha espaço, a polícia não tinha viatura, os policiais iam para a rua sem arma e sem munição. Quem não lembra no caso Arias os policiais correndo na rua e dividindo arma. Fizemos concurso. Delegados eram um cabo e um sargento. Hoje não temos mais. São bacharéis em direito. Eu tenho é muito orgulho, embora concorde que tem uma certa frustração porque temos que avançar. Construímos 60 delegacias, IML em Parnaíba. De 100 anos para 10 anos atrás era a mesma coisa. Em Parnaíba, nenhum delegado era bacharéu, como em Teresina. Hoje temos uma polícia técnica, dinâmica, com armamento, munição, colete. Agora, a violência cresceu porque a resposta precisa vir de outras políticas públicas. A cidade cresceu desordenadamente. No Promorar tem uma praça maravilhosa que não tem uma lâmpada acesa de noite. Se as meninas de 12 anos estão drogadas e grávidas não é culpa da polícia. Se a família, a prefeitura e todas as políticas públicas falham, você não pode jogar a culpa na polícia", afirmou.

Robert explicou também que não está sofrendo resistências para as mudanças propostas tanto nas delegacias como na constituição das polícias militar e civil. Segundo ele, a unificação das polícias é uma prática encontrada na maioria dos países do mundo, necessária e que permitirá uma economia para o Estado. 


"Não estou encontrando resistência. Acho que as polícias tem que caminhar juntos. O cliente que paga a polícia civil é o mesmo que paga a PM. Se colocamos tudo num mesmo ambiente economizaremos mais. O Brasil é um dos poucos países no mundo que adotam essa aberração. Em todos os outros as polícias são unificadas. Para mudar isso teríamos que mudar a Constituição. Estamos, então, unificando doutrinas. Depois queremos unificar corregedoria, como já tem em Pernambuco, Ceará, Maranhão. Hoje a civil e a militar se comunicam muito pouco. A PM tem um papel estratégico porque pega informação na rua e a civil não aproveita essa inteligência. O grande erro no caso do Banco do Brasil de Miguel Alves foi de comunicação. Se unificar a doutrina, a inteligencia e a Corregedoria, o próximo passo é mudar a Constituição. O salário, na própria civil e na própria PM tem salários diferentes. Esse não é o grande problema", assegurou.

Leilane Nunes

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