A perícia do Ibama na fazenda Santa Clara, no município de Canto do Buriti, ignorou a relação do incêndio no Piauí com o apagão no Nordeste, o que prejudicou o inquérito aberto para apurar o blecaute. Em Picos, o Ministério Público Federal abriu investigação para apurar as causas do apagão e apontar os responsáveis. Há exatos dois meses do incidente não existe nenhum indícios do que teria causado a interrupção de energia.
O procurador da República no Piauí, Antônio Marcos Martins Manvailer, que acompanha o caso, disse que o laudo não faz vinculação do incêndio com o blecaute e apenas aponta o local, as condições e as características em que ocorreu o incêndio.
“O laudo não indica a correlação do incêndio com o apagão e nem aponta a origem do fogo.”, disse o procurador.
O resultado do Ibama choca com a informação do ministro das Minas e Energia, Edison Lobão que afirmou categoricamente que as queimadas no Piauí – na fazenda Santa Clara - causaram o apagão em todo o Nordeste ocorrido no dia 28 de agosto.
O procurador ressalta que o laudo se limita a analisar o incêndio. O documento de 30 páginas disse que o fogo começou na fazenda Santa Clara, mas que foi de pequena proporção.
“O local tem muito vento, estava no período seco e existe material de alta combustão. A conclusão é que o incêndio veio de outras localidades, mas dentro da fazenda. Que a área existia foco de incêndio”.
Na perícia, o fogo foi dentro da normalidade e sem características que provocaria uma tragédia.
Ação parada
Como o laudo não ajudou na investigação, o procurador resolveu deixar parado o inquérito por um período máximo de três meses. O inquérito fica acautelado até a conclusão de um novo laudo que está sendo feito pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
Flash Yala Sena