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"Desconhecem remédios básicos", diz CRM sobre médicos estrangeiros

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O médico Paulo Márcio Nunes, integrante do Conselho Regional de Medicina (CRM), afirmou que há denúncias de que médicos estrangeiros que atuam no Piauí desconhecem medicamentos básicos popularmente usados no Brasil. Paulo Nunes diz temer que pessoas cheguem a morrer por má prescrição de remédios.

Wilson Filho/CidadeVerde.com
Registro da chegada dos médicos em setembro

O médico citou que no município de Barras o médico não conhecia o medicamento mais comum do país para o tratamento de diabetes. "Ele não sabia nem como se utilizava. No Rio Grande do Sul, o médico prescreveu Azitromicina, que é um forte antibiótico, para ser tomado de oito em oito horas, quando só pode ser ingerido uma vez ao dia. A superdosagem ataca o fígado", explicou Paulo Nunes, em entrevista ao Notícia da Manhã desta quarta-feira (30).

Hoje o Conselho divulgou que foram cancelados 19 registros, relativos aos médicos estrangeiros que chegaram ao Piauí na primeira fase do Programa Mais Médicos, do governo federal. O CRM se recusa a liberar o registro dos outros 27 profissionais que chegaram na semana passada.

O conselheiro acrescentou que não está discutindo a vinda de novos médicos, mas sim a fiscalização do trabalho deles. "Quem vai responder em caso de erro médico? É preciso um tutor para se responsabilizar pelo trabalho dessas pessoas e o governo ainda não indicou ninguém para o cargo", destacou.

O médico ponderou que é preciso ter calma para que a sociedade não saia prejudicada, mas ressaltou que o problema de saúde do Brasil vai além da contratação de médicos estrangeiros. "Médico bom salva, mas médico ruim mata. Pessoas podem morrer pela má prescrição de medicamentos", finalizou.

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Jordana Cury

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