O juiz da 7ª Vara Criminal de Teresina, Almir Abib Tajra, classificou como "febre e doença" o consumo de drogas no Piauí. Durante a divulgação do perfil dos traficantes do Estado, apresentado pela Corregedoria do Tribunal de Justiça, o juiz declarou que o TJ "cochilou" e disse que Teresina precisa ter uma vara exclusiva para julgar ações e crimes relacionados ao tráfico de entorpecentes.

Almir Abib Tajra acrescentou que a 7ª Vara Criminal recebe 100 processos novos por mês. Destes, 80% são relacionados às drogas. Ele ressaltou que é necessário que um projeto de lei seja encaminhado à Assembleia Legislativa do Piauí para a criação de uma vara exclusiva.

"O Tribunal de Justiça tem conhecimento da necessidade de uma vara exclusiva para julgar processos de tráfico de drogas, para que esses crimes sejam punidos mais rapidamente. É uma febre, uma doença. Se prendemos o pai, fica a mãe. Se prendemos a mãe, fica o filho. Se prendemos o filho, fica até o neto", enfatizou o juiz.

O magistrado classificou a vara exclusiva como uma necessidade "urgentíssima" para dar celeridade aos processos de tráfico de drogas. "O Tribunal cochilou. Teresina é a única capital que não tem vara exclusiva. Estamos atrasados", analisou.

A Corregedoria divulgou hoje o perfil sócio-econômico dos traficantes. Entre os dados constatou-se que 76% dos traficantes presos são do sexo masculino e 24% são do sexo feminino. Além disso, 53% dos detentos enquadrados no crime de tráfico de drogas estão na faixa etária de 20 a 29 anos. A pesquisa diz ainda que 62% dos presos cursaram o Ensino Fundamental e apenas 1% tem Ensino Superior.