Moradores da zona Norte de Teresina realizaram, na quarta-feira (13), um ato para solicitar que a Prefeitura de Teresina inclua nas obras da terceira etapa do programa Lagoas do Norte a construção de uma praça para realização de eventos de religiões de matrizes africanas.

O ato, realizado na Rua Jim Borralho, bairro São Joaquim, foi organizado pelo Comitê Lagoas do Norte – entidade que representa os moradores dos 13 bairros contemplados no projeto – e contou com a participação de grupos de umbanda, moradores locais e lideranças políticas.

Segundo a vereadora Rosário Bezerra (PT), que participou do movimento, o Lagoas do Norte é um programa que tem transformado a realidade e a vida dos moradores da região e as obras devem representar e valorizar a cultura e as tradições locais.

“Os espaços onde as lagoas estão sendo revitalizadas devem ser um retrato da nossa cultura e das nossas tradições”, afirma Rosário Bezerra, declarando apoio aos moradores e se prontificando a cobrar da Prefeitura a construção da praça.

De acordo com um mapeamento realizado em 2012, por grupos de Umbanda, Teresina possui cerca de 480 terreiros, sendo a zona Norte a região que mais concentra os salões.

Para a coordenadora geral do Comitê e representante do Grupo Afro Condarte, Fátima Zumbi, embora a zona Norte concentre o maior número de terreiros, a região não conta com locais públicos para realização de apresentações culturais e outros eventos de religiões de matrizes africanas.

Os moradores lamentaram, durante o evento, a ausência de representantes da Prefeitura de Teresina e prometeram realizar uma manifestação em frente ao prédio do Poder Público Municipal para protocolar o pedido formal ao prefeito.

A “Praça dos Orixás”, como já foi batizada pelos moradores, deve receber o nome do escritor negro piauiense Júlio Romão da Silva. No projeto da praça, o Comitê pede a edificação de 12 estátuas de orixás com iluminação própria; a construção de um palco para apresentações artísticas e a instalação de bancos e arquibancadas.