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2014: crédito imobiliário sinaliza manter fôlego e crescer acima da média

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Taxas de juros consideradas mais atrativas comparadas a outras carteiras, baixo índice de desemprego e grande apetite por parte dos bancos refletiram no aumento nos números do crédito imobiliário no Brasil em 2013. Segundo dados do Banco Central, a carteira de crédito para o segmento cresceu de R$ 248,214 bilhões em novembro de 2012 para R$ 333,859 bilhões em novembro do ano passado: acréscimo de 34,2% no período. De janeiro a novembro de 2013, o crescimento somou 30,7%, Para o mês de novembro, a alta foi de 2,3% em relação a outubro.


Ainda de acordo com dados sobre o segmento, os financiamentos imobiliários alcançaram no ano, até novembro, o montante de R$ 98,8 bilhões, estabelecendo um novo recorde histórico para um ano desde a criação do Plano Real, de acordo com a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança). Na comparação com o mesmo período de 2012, o valor representa um aumento de 34%. Entre janeiro e fevereiro do ano passado, o volume financiado somou R$ 73,9 bilhões.

Para especialistas do setor, 2013 foi um período de recuperação do mercado, pois 2012 registrou queda no crédito imobiliário e nos investimentos em novos empreendimentos. Além dos juros considerados atrativos, o baixo índice de inadimplência e o aumento do limite do uso do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) para financiamentos foram fatores favoráveis para o crescimento do crédito para esta categoria no ano, na opinião do economista Luis Rabi, do Serasa Experian. Esses fatores reunidos, para ele, devem permitir que o segmento continue a crescer acima da média das demais carteiras em 2014.

O economista e professor da FGV-RJ (Fundação Getúlio Vargas), Sérgio Bessa, considera o grande déficit habitacional existente no País mais um fator importante para garantir que o segmento não perca o fôlego para o ano 2014. "Ao mesmo tempo, o governo continua incentivando o crédito, principalmente através do bancos públicos, como uma forma de manter um crescimento no País", avalia Bessa.

O presidente da Abecip, Octávio de Lazari Junior, também afirmou recentemente que espera um crescimento de 15% a 20% nos financiamentos em 2014. Em sua opinião, a expansão do crédito será sustentada pelo apetite dos bancos pela carteira imobiliária, associada à recuperação das empresas de construção e boas condições de emprego e renda da população.

Cautela no crédito para veículos
Por outro lado, outras carteiras de crédito devem mostrar enfraquecimento, diante da maior cautela do consumidor em relação ao aumento das taxas de juros e do crédito cada vez mais caro.

O mais afetado deles vem sendo considerado o de crédito voltado para veículos. "São prazos menores, e dentro das medidas macro prudenciais que o governo vai precisar tomar para segurar a inflação, estará a redução dos prazos de créditos para este tipo de operação”, afirma o economista Sergio Bessa.

De acordo com dados do BC, o crédito voltado à compra de veículos recuou 0,3% no acumulado do ano de 2013. O estoque de operações de crédito livre neste segmento caiu 0,2% de outubro para novembro. Desta forma, o total de recursos para aquisição de automóveis por esse grupo de clientes ficou em R$ 192,718 bilhões no mês passado. Já em 12 meses ainda é registrado um avanço de 1%.

O BC tem elevado desde abril a taxa básica de juros para segurar a inflação, levando a taxa Selic da mínima histórica de 7,25% para 10%, e a expectativa é que esse movimento se estenda em 2014 e continue a prejudicar a busca por crédito.

Além disso, trazem impacto para o setor a volta o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para os patamares anteriores, o que encarece ainda mais o crédito para este tipo de financiamento. “Já sentimos esses impactos em termos reais esse ano com o número de emplacamentos próximo de zero registrado pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores)", lembra o economista Luis Rabi.

As dificuldades nas condições de crédito para o setor devem refletir nas estimativas de crescimento de crédito para 2014. Diante disso, o Banco Central revela uma projeção de crescimento menor para o crédito, que deve ficar em 13% para o ano. Para 2013, a expansão do crédito foi reduzida para 14%, ante a previsão anterior de 15%, com o volume de empréstimos e financiamentos representando 56% do PIB (Produto Interno Bruto).

Fonte: Info Money
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