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Barêta avalia crimes e faz desabafo: "queria um promotor na Delegacia"

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Com o grande número de homicídios registrados nos dez primeiros dias deste ano de 2014, o delegado Francisco Costa, o Barêta, coordenador da Delegacia Especializada em Homicídios de Teresina, contou quais são as maiores dificuldades encontradas pela instituição para a conclusão dos inquéritos. 

 
De acordo com o delegado, em entrevista ao Cidadeverde.com, desde a implantação do órgão que o número de inquéritos abertos e casos elucidados aumentou, diminuindo assim a angústia das famílias. “Há alguns anos muitos crimes ficavam sem resposta. Hoje, muitas vezes já saímos do local do homicídio com o nome do principal suspeito”, conta.
 
Apesar das resoluções, o coordenador da instituição afirmou que há certa dificuldade em colher informações. Segundo ele, ainda impera a “lei do silêncio” e as pessoas sentem-se intimidadas em revelar o que sabem, obrigando a policia a adotar outras medidas de investigação.
 
Outra dificuldade encontrada pela delegacia é a ausência de um promotor que atue exclusivamente para o órgão, fazendo com que o trabalho demore um pouco mais do que o desejado pelos agentes.
 
“Meu sonho é que tivéssemos um promotor de justiça trabalhando conosco, pois muitos trabalhos seriam agilizados e não ocorreriam fatos como o do último dia 6, onde algumas pessoas deixaram de ser presas porque não havia um promotor de plantão e o juiz não pode decretar o pedido de prisão dos mesmos”, desabafa.
 
Atualmente a Delegacia de Homicídios conta com cinco delegados e um coordenador, sendo que cada um possui sua equipe com agentes e escrivão.
 
21 crimes em dez dias
Quanto aos crimes ocorridos neste ano, Barêta informou que eles têm relação direta ou indireta com o tráfico de drogas. “O Piauí não é produtor de armamentos e drogas, porém não há uma fiscalização firme nas fronteiras e as drogas e armas acabam entrando com facilidade no Estado”, diz.
 
Além da ligação com entorpecentes, o gestor acredita que não há programas sociais suficientes para acolher os moradores das áreas com alto índice de criminalidade.

Cida Cardoso (Especial para o Cidadeverde.com)
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