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Ambientalistas fazem ato e alertam pessoas para exploração de xisto

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Na tarde desta sexta-feira (31) grupos realizaram na avenida Raul Lopes, zona Leste de Teresina, uma ação para conscientizar os piauienses sobre os males provocados pela extração do gás de xisto. Representantes da Rede Ambiental do Piaui (Reapi), CSPConlutas, Projeto Estampido entre outras ONGs da rede ambiental do Estado entregaram panfletos e máscaras à população enquanto alertavam os pedestres.

Fotos: Cida Cardoso/Cidadeverde.com

O assunto gera polêmica internacionalmente, pois a extração do gás pode provocar problemas de saúde como câncer, problemas neurológicos e de pele, além da contaminação do solo e água. Nos Estados Unidos, Reino Unido e China, por exemplo, há números crescentes de registros de casos relacionados à exploração do xisto, segundo os ambientalistas.

De acordo com Tânia Martins, da Reapi, o caso é grave e a população deve ficar atenta e se posicionar contra o quanto antes, para evitar uma tragédia. "O tipo de contaminação é considerada irreversível, já que seriam necessários trilhões de anos para a Terra se recuperar. Fora isso, a extração do gás provoca abalos sísmicos, os conhecidos terremotos", conta.


Fracking
O efeito chamado de  "fracking" é também conhecido como o fenômeno em que a "água que pega fogo". Para a exploração das rochas de xisto é necessária a realização da fratura das rochas, ou fraturamento hidráulico, através de explosão. Com isso são liberados gases como o metano, que contaminam o solo e a água, fazendo com que a água encanada, ao abrir uma torneira, por exemplo, entre em combustão.


Polêmica
A polêmica sobre a exploração do gás iniciou após a liberação através do governo federal, através da 12ª rodada de leilões da Agencia Nacional de Petróleo(ANP), em novembro de 2012. Uma das fontes está localizada no Piauí.

Devido ao fato da forma de extração ser considerada questionável, e por não haver estudos suficientes e pareceres que deem garantia que esta é segura, a Justiça Federal concedeu uma liminar proibindo o inicio das atividades no Estado.


Consciência
Para os participantes do ato desta tarde, a sociedade deve atentar-se ao que está acontecendo e apoiar investimentos para a utilização de fontes de energia sustentáveis.

"Ao invés de investirem tanto dinheiro com a exploração de um gás que pode ser fatal para a população, o governo deveria apoiar o uso de energia eólica e solar, que temos em abundância no nosso Estado", completa Tânia.

Para o estudante Valmir Macêdo, esse tipo de mobilização é válida, porém não é levada a sério por quem passa pelo local. "Infelizmente as pessoas não dão atenção, pegam o panfleto por pegar, não leem. Podemos observar por exemplo, que todos aqui estão preocupados em cuidar da saúde e fazer exercícios físicos, porém, um problema ambiental com a amplitude desses, não recebe a devida atenção", lamenta.

Cida Cardoso (Especial para o Cidadeverde.com)
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