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Aderivaldo: Ministério tem que "criar vergonha" e ajudar Piauí

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O presidente da Fundação Hospitalar de Teresina, Aderivaldo Andrade, fez um desabafo no Jornal do Piauí desta quarta-feira (12). Ao ver a TV Cidade Verde divulgar imagens da UTI improvisada no Hospital de Urgência de Teresina (HUT), o gestor criticou o Ministério da Saúde e ainda reclamou de demora em melhorias no Hospital Universitário (HU) e Hospital Getúlio Vargas (HGV).

Fotos: Raoni Barbosa/Revista Cidade Verde

"Se esse hospital fosse apenas para os teresinenses, sobrariam leitos", disse Andrade. De acordo com o gestor, menos de 100 pacientes do HUT hoje são da capital. O hospital estaria com 60 pacientes acima de sua capacidade. "Neste lugar, eles estão um pouco melhores do que se estivessem no corredor ou na enfermaria".

Pacientes em UTI improvisada no HUT - clique aqui e leia a matéria

Aderivaldo Andrade deu exemplos de como pacientes do Maranhão acabam chegando a Teresina. "Ele é o hospital de urgência do Piauí e de todo o centro-oeste do Maranhão. No Maranhão não se opera um punho quebrado de um adulto ou uma criança. Há 20 dias, Presidente Dutra (MA) negou-se a receber um paciente de Codó (MA) porque não havia UTI. Eles (Maranhão) não telefonam para a gente. Para nós, eles põem na ambulância e vêm". 

A situação motivou críticas. Dessa vez, o governo do Maranhão foi até poupado. "O Ministério da Saúde tem que criar vergonha e mandar dinheiro para o Piauí. Não adianta mandar cidadão de Timon (MA) em estado grave, morrendo, ir para São Luís ou outro lugar. Que venha para Teresina e nós tenhamos mais recursos para atender", cobrou Aderivaldo. "O Ministério da Saúde nos ignora. Não temos força política. Os maranhenses fazem o que querem com a gente".


"Pode me prender"
Em seu longo desabafo, Aderivaldo Andrade criticou decisões judiciais que obrigam a Prefeitura de Teresina a pagar todas as despesas de internação de pacientes na rede privada quando não há vagas na rede pública. Ele reafirmou o entendimento de que a saúde é um direito de todos, mas disse ser praticamente impossível que o município arque com todos os custos. "Pode me prender. Eu não coloco (paciente na rede privada). Tem decisão judicial todo dia, toda hora, muitas até injustas". 

Aderivaldo Andrade afirma que continua investindo na contratação de especialistas e abertura de novos leitos de UTI, hoje acima do exigido pelo Ministério da Saúde. Enquanto isso, "a demanda de UTI só aumenta. A população está envelhecendo, o índice de acidentes de trânsito é cada vez maior". 


Críticas ao HU e HGV
O gestor alertou que o HUT vai iniciar uma reforma da sua parte frontal, transformando 40 leitos em semi UTI. Andrade frisa que é necessário que o Hospital Universitário coloque sua UTI para funcionar. "O HU precisa abrir urgente seus 30 leitos de UTI, ou 15", comentou. 

Afirmando falar com todo respeito e cuidado, Aderivaldo Andrade também pediu licença para criticar o Governo do Estado por conta do Hospital Getúlio Vargas. "O HGV está com uma UTI em reforma há seis anos. Desde quando o pronto socorro saiu de lá, essa obra está se arrastando e não termina. Meu Deus, por que essa demora?". 

Aderivaldo Andrade ainda disse que o município de Picos já deveria ter um "HUT" com 150 a 200 leitos para desafogar a demanda da capital. 

Fábio Lima
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