Entrevistado pela revista alemã ‘Auto Motor und Sport’, Frank Williams admitiu que se sente culpado pela morte de Ayrton Senna, que aconteceu há 20 anos, no circuito Enzo e Dino Ferrari, durante o GP de San Marino de 1994. Segundo Williams, a pressão exercida por ele para que Senna superasse Michael Schumacher fez com que o tricampeão mundial não respeitasse os seus limites dentro das pistas.
“Ao final de todos os fins de semanas, a pressão aumentava cada vez mais. Foram três corridas sem nenhum ponto marcado. Nunca tinha passado por uma situação dessa. Por isso, eu o exigia ainda mais. Todo mundo sabia que a pista de Ímola era perigosa. Quando eu vi o carro de Senna sair naquela velocidade e ir para no muro, eu pensei: ‘O que eu fiz!’. Ao ver a reação de Ayrton [Senna], eu me preparei para enfrentar o pior”, relembrou.
Frank ainda comparou a morte de Ayrton Senna com a do bicampeão mundial Jim Clark. “Quando Clark morreu. Ninguém viu. Não tinha fotos e nem imagens do acidente que foi mais trágico do que o de Senna. Quando Ayrton Senna morreu dentro de uma Williams, em uma transmissão ao vivo, milhares de pessoas me culparam por isso. E eu carrego essa culpa até os dias atuais. Ayrton era considerado como uma estrela superstar internacional. No seu funeral, eu me senti muito culpado”, lembrou.
O fundador da Williams também destacou boas lembranças em que teve com Ayrton Senna. Uma delas foi no momento das negociações com o tricampeão mundial em 1993.
“Eu estava familiarizado com Ayrton Senna e esperava que ele tivesse condições de conquistar o título de 1994. O nosso primeiro contato foi em 1983, quando eu o convidei para ir jogar futebol lá na minha casa. Ele recusou, mas continuamos sempre tendo contatos. Eu tive que esperar um longo tempo para assinamos um contrato e irmos trabalhar juntos. Pena que trabalhamos por um pequeno período de tempo”, encerrou.
Fonte: F1 Team