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100 famílias ocupam terreno da prefeitura e temem despejo

Cerca de 100 famílias ocuparam um terreno da prefeitura no conjunto Vamos Ver o Sol, zona Sul de Teresina, na última sexta-feira (13) e agora temem serem despejadas pelos fiscais da Superintendência Desenvolvimento Urbano (SDU).


O estudante Márcio Freire, que é morador do conjunto há 14 anos, explicou que a população percebeu que o terreno não estava sendo utilizado e não havia sinais de construção de qualquer obra no local. "Além disso, vários estupros foram praticados ali, porque o mato estava alto. Quando foram limpar a terra, encontraram peças de carro e motos. Era um lugar de desmanche de veículos", argumentou.


Márcio disse ainda que mais de 70% dos ocupantes do terreno são mães solteiras que vivem do Bolsa Família. "São pessoas que moravam de favor ou de aluguel, que não tinham a menor condição de comprar um imóvel ou continuar locando um imóvel. Quando viram a oportunidade, ocuparam e começaram a construir suas casas ali", destacou.


Nesta terça-feira (17), fiscais da SDU/Sul estiveram no local e tentaram desocupar o terreno. Segundo o estudante, a tentativa não foi pacífica, mas sim baseada em ameaças e agressões. "Os fiscais destruíram casas, e, armados, ameaçaram as pessoas, inclusive crianças. Mas, eles não apresentaram qualquer liminar de reintegração de posse do terreno", finalizou.


Prefeitura responde

O Cidadeverde.com entrou em contato com o chefe de fiscalização da SDU/Sul, Alberto Melo. Ele confirmou que a prefeitura está tentanto desapropriar o terreno invadido no Vamos Ver o Sol, mas negou qualquer forma de agressão.


"A gerência trabalha com a assistência militar da prefeitura, justamente para resguardar a integridade física dos fiscais e dos invasores. Não houve nenhum tipo de agressão, somente ameaças dos próprios invasores. Inclusive, apreendemos com eles alguns facões", respondeu.


Alberto acrescentou que não é preciso uma liminar de reintegração por se tratar de um terreno público de posse da prefeitura. Ele também confirmou que os fiscais estão orientados a recolher materiais de construção para evitar que a ocupação se torne maior do que já está. "Além disso, a maioria deles não são moradores da região, são especuladores. A prefeitura não vai mais permitir esse tipo de manobra", completou. 


Os fiscais devem continuar insistindo na desocupação, mas existe, de acordo com Alberto, um cadastro dessas famílias junto à prefeitura, para que elas consigam uma residência legal. 


Jordana Cury
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