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Bolsa: isenção de IR ajuda pequeno investidor, mas acesso é restrito

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O novo pacote de medidas para popularizar o mercado de capitais, anunciado na última segunda-feira (16), pode estimular a abertura de capital (IPOs) de empresas de menor porte, mas está longe de reverter a baixa adesão do pequeno investidor à Bolsa, consideram analistas.

No início da semana, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou entre outras medidas a isenção de Imposto de Renda (IR) sobre o ganho de capital obtido por pessoas físicas em ações de pequenas e médias empresas (PMEs). Estão neste grupo companhias com valor de mercado abaixo de R$ 700 milhões e receita bruta inferior a R$ 500 milhões.

Assim que o governo aprovar a medida provisória, o pacote de incentivos anunciado por Mantega passa a valer. Fontes do mercado estimam que isso deve acontecer no prazo de duas semanas.

80 PMEs com potencial para abrir capital
Além de estimular a entrada do pequeno investidor na Bolsa, o objetivo é reduzir o abismo na captação de IPOs no Brasil e no exterior. Enquanto a Bolsa brasileira concentra empresas de grande porte, países como Estados Unidos e Reino Unido possuem quantidade considerável de PMEs listadas em suas bolsas.

O tíquete médio das empresas que abrem capital no Brasil fica em torno de R$ 1 bilhão, ao passo que Canadá, Coreia do Sul e Austrália têm uma captação média em IPOs não maior que US$ 70 milhões (cerca de R$ 160 milhões).

O Bovespa Mais, voltado a PMEs com planos de ingressar aos poucos no mercado de ações, tem apenas oito empresas listadas, e nem todas abriram capital. O Ibovespa, maior índice da Bolsa, concentra 349 companhias.

Fontes ligadas à Bolsa afirmam que entre as cerca de 200 empresas com potencial de abertura de capital no médio e longo prazo, 80 são PMEs.

“A Bolsa no Brasil ainda é muito cara para as PMEs. A isenção de IR ao investidor é um passo importante, mas não é suficiente. É preciso também simplificar o acesso dos empresários a esse mercado”, acredita Luiz Marcatti, sócio-diretor da Mesa Corporate.

Para o analista, as empresas de menor porte ainda têm dificuldade em formalizar a administração para atender aos requisitos de abertura de capital, como um plano orçamentário e estratégico de longo prazo.

Na opinião do sócio e economista-chefe da Órama Investimentos, Álvaro Bandeira, a isenção de IR, sozinha, não é suficiente para manter o interesse do investidor nas PMEs.

“É preciso que as instituições financeiras acompanhem e divulguem as informações sobre essas empresas de forma eficiente, além de estabelecer critérios para a formação de preço dessas ações que garantam a liquidez dos papeis”, acredita Bandeira.

Os setores que mais devem se beneficiar com a isenção de impostos na Bolsa são os de tecnologia e serviços, na visão de Marcatti. “TI tende a ganhar devido à mentalidade mais aberta dos empresários e da necessidade de crescer com o capital de terceiros”, analisa.

Fonte: IG
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